Por John Davison
BEIRUTE (Reuters) - A Síria afirmou nesta segunda-feira que quatro aviões de guerra da coalizão liderada pelos Estados Unidos bombardearam um acampamento do Exército sírio na província de Deir al Zor, no que seria o primeiro ataque conhecido da coalizão contra as forças do governo sírio.
Três soldados foram mortos e 13 ficaram feridos, de acordo com as autoridades, que definiram o ataque como um ato de agressão.
Mas autoridades da aliança liderada pelos EUA negaram que sejam os autores do ataque. Uma fonte militar norte-americana, falando sob condição de anonimato, disse que os EUA estão certos de que a Rússia foi a responsável pelo bombardeio.
O enviado do presidente dos EUA, Barack Obama, para a coalizão, Brett McGurk, também negou alegações de responsabilidade, dizendo em sua conta no Twitter: "Os relatos de envolvimento da coalizão são falsos".
Os jatos dispararam nove mísseis contra o acampamento na noite de domingo, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Síria divulgado pela televisão estatal. É o primeiro incidente desse tipo declarado publicamente desde que os Estados Unidos e países aliados começaram a bombardear o grupo militante Estado Islâmico na Síria, mais de um ano atrás.
O Ministério das Relações Exteriores da Síria enviou cartas ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas e ao chefe do Conselho de Segurança da ONU condenando a "flagrante agressão... que vai firmemente contra os objetivos da Carta das Nações Unidas", disse a agência de notícias estatal síria Sana.
O Conselho instou a ONU a tomar "medidas imediatas e necessárias para evitar a repetição" do incidente.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, grupo que monitora o conflito, informara anteriormente que jatos possivelmente pertencentes à coalizão, tendo o Estado Islâmico como alvo, bombardearam um acampamento do Exército na província de Deir al-Zor, matando quatro soldados.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, três veículos blindados, quatro carros militares e um depósito de armas e munições foram destruídos.
Os ataques "confirmam mais uma vez que a coalizão norte-americana carece da seriedade e confiança necessárias para combater o terrorismo de forma eficaz", disse o ministério, de acordo com a Sana.
A coalizão liderada pelos EUA iniciou os ataques aéreos contra o Estado Islâmico na Síria em setembro de 2014, após desencadear operações aéreas contra o grupo no Iraque no mês anterior.
(Reportagem de John Davison e Tom Perry)