Por Renee Maltezou e Noah Barkin
ATENAS/KRUEN, Alemanha (Reuters) - A Grécia proclamou uma nova disposição em fazer concessões a seus credores internacionais nesta segunda-feira, dia em que a chanceler alemã Angela Merkel alertou que o tempo está acabando para se chegar a um acordo que libere auxílio financeiro a Atenas em troca de reformas e mantenha o país na zona do euro.
Três dias após o primeiro-ministro Alexis Tsipras classificar a última proposta da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional como "absurda", o governo grego afirmou que está pronto para negociar um acordo aceitável para ambos os lados até o fim deste mês - quando o programa de resgate da Grécia vence e o país enfrenta a possibilidade de declarar default.
Uma autoridade da União Europeu informou que "não há acontecimentos novos" na busca por um acordo sob os termos do qual os credores voltem a prestar auxílio financeiro a Atenas em troca de promessas de mais austeridade.
Atenas e Bruxelas trocaram propostas na semana passada na esperança de quebrar um impasse que, se não resolvido, pode forçar a Grécia a sair da zona do euro, um evento que pode abalar os mercados financeiros e até mesmo a economia global.
Merkel, que deve se reunir com Tsipras e o presidente francês, François Hollande, na quarta-feira, destacou que quer que a Grécia continue sendo parte do bloco monetário.
Mas falando após uma cúpula do G7 na Alemanha, ela afirmou: "Não resta muito tempo. Todos estão trabalhando intensamente".
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou após a reunião que os gregos precisam tomar "algumas escolhas políticas difíceis" e que ambos os lados têm de mostrar flexibilidade.
Hollande destacou que para alcançar o prazo de fim de junho, um acordo tem que ser feito logo. Tsipras pediu negociações políticas generalizadas, mas Hollande deixou claro que a UE está mais interessada nos detalhes do que ele irá prometer.
"Precisamos ter rapidamente, nas próximas horas ou dias, negociações técnicas para estreitar posições e substituir as propostas que a Grécia não pode aceitar por medidas alternativas", disse Hollande após reunião do G7.
(Reportagem adicional de Paul Taylor, Jan Strupczewski, George Georgiopoulos, Karolina Tagaris e Ingrid Melander)