Por Jan Strupczewski
BRUXELAS (Reuters) - Eleitores holandeses se encaminhavam às urnas nesta quinta-feira, dando início a uma eleição de quatro dias em toda a União Europeia para a formação de um novo Parlamento Europeu que enfrentará desafios de segurança, industriais e políticos.
A votação para a legislatura da UE será realizada na Irlanda e na República Tcheca na sexta-feira, em Malta, na Eslováquia e na Letônia no sábado, e no restante dos 27 países do bloco no domingo.
A disputa na Holanda resume o principal desafio político interno da UE -- a crescente popularidade dos partidos eurocéticos e nacionalistas de extrema-direita que desejam desmantelar o bloco por dentro.
Os desafios externos enfrentados pela UE incluem a concorrência industrial da China e dos Estados Unidos, a ameaça à segurança causada pela Rússia e a ameaça existencial das mudanças climáticas.
As pesquisas de opinião mostraram que o Partido da Liberdade, do nacionalista Geert Wilders, deve obter ganhos, empatando com a aliança liderada pelos trabalhistas. Ambos devem conquistar oito assentos no Parlamento Europeu de acordo com as projeções.
Wilders não conseguiu garantir um assento na eleição anterior em 2019 e, embora as pesquisas mostrem que a centro-direita provavelmente ganhará a maioria dos assentos na nova legislatura da UE, espera-se que os partidos de extrema-direita façam avanços.
O Parlamento de 720 assentos decide em conjunto com os governos nacionais sobre as leis que regem o bloco de 450 milhões de pessoas, seu orçamento de longo prazo de 1 trilhão de euros, regras fiscais e leis para evitar as mudanças climáticas.
As primeiras projeções de resultados são esperadas para a noite de domingo.
Os partidos verdes, legendas mais ligadas a causas ambientais que enfrentam uma reação dos agricultores e do setor agropecuário contra as políticas da UE que limitam as emissões de CO2, devem sair como os maiores derrotados.
As pesquisas mostram que os partidos pró-europeus de centro-direita e centro-esquerda, os liberais e os verdes terão uma maioria menor do que no Parlamento anterior, complicando os esforços para aprovar novas leis ou aumentar a integração do bloco.
O mandato do novo Parlamento terminará em 2029.
As pesquisas mostram que a centro-direita provavelmente conquistará o maior número de cadeiras no Parlamento. Isso coloca sua candidata, a atual presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em posição privilegiada para ser nomeada a um segundo mandato.