Por Gabriel e Stargardter
TEGUCIGALPA (Reuters) - Hondurenhos comparecem às urnas neste domingo para uma eleição presidencial e muitos esperam que o atual líder, próximo dos Estados Unidos, vença um segundo mandato, oito anos após apoiar um golpe para remover o ex-presidente que flertava com reeleição.
Juan Orlando Hernández, do Partido Nacional (centro-direita), derrubou uma taxa de homicídios que estava nas alturas, aumentou o crescimento econômico e cortou o déficit desde que assumiu em 2014, provando ser um aliado estável dos EUA.
Mas críticos alertam que Hernández está fortalecendo seu controle no poder, usando uma flexível Suprema Corte e tribunal eleitoral para abrir espaço para sua tentativa de reeleição em um dos países mais pobres e violentos das Américas.
Pesquisas de opinião indicam que Hernández, um experiente operador político que se beneficiou de uma oposição despedaçada, irá alcançar com facilidade um segundo mandato após a decisão de 2015 da Suprema Corte que reverteu uma restrição constitucional sobre reeleição. Eleitores também irão escolher 128 parlamentares.
Poucos na capital Tegucigalpa pareciam preocupados com o fato de que Hernández, que apoiou em 2009 a remoção do ex-presidente Manuel Zelaya, após ele propor um referendo sobre reeleição, esteja consolidando seu poder.
“Melhor o diabo que você conhece do que o diabo que você não conhece”, disse Ada Solorzano, uma enfermeira de 57 anos. “Durante seu período no cargo, ele lutou contra as gangues e os traficantes de drogas, e melhorou a situação de empregos. Nós sabemos que ele irá continuar a guerra ao crime e que planeja criar mais empregos.”
Hernández prometeu continuar sua operação militarizada contra gangues, que tornaram Honduras um dos países mais mortais do mundo.
Hernández disse que irá construir rodovias e pontes com dinheiro público e privado para atrair investimentos estrangeiros, criar mais de 600 mil empregos e ajudar a levantar o crescimento para mais de 6 por cento.
Atrás de Hernández nas pesquisas vem o apresentador de TV Salvador Nasralla, que comanda uma ampla coalizão que reúne esquerda e direita, chamada Aliança da Oposição Contra a Ditadura. O bloco de Nasralla inclui o Partido Liberdade e Refundação (Libre), que é controlado por Zelaya, que muitos veem como uma força por trás da coalizão.
Hernández possuía uma liderança de 15 pontos sobre Nasralla na última pesquisa de opinião permitida sob as regras eleitorais, em setembro, com 37 por cento dos eleitores esperados para apoiá-lo, contra 22 por cento para Nasralla.