PEQUIM (Reuters) - As importações chinesas de soja norte-americana quase dobraram em janeiro em relação ao mês anterior, com cargas sendo encomendadas pelo maior importador mundial da oleaginosa logo após uma trégua comercial entre os dois países, segundo dados da alfândega da China.
O gigante asiático importou 135.814 toneladas de soja dos EUA em janeiro, um aumento de 95 por cento em relação às 69.298 toneladas em dezembro. Mas o número ainda é 99,7 por cento inferior aos 5,82 milhões de toneladas do mesmo mês do ano anterior, já que as pesadas tarifas de Pequim sobre os embarques norte-americanos restringiram as compras.
A China normalmente compra soja dos Estados Unidos no quarto e primeiro trimestres de cada temporada, quando a colheita norte-americana domina o mercado. Mas os compradores chineses evitaram os produtos norte-americanos em meio à disputa comercial e pegaram a oferta brasileira.
As importações chinesas da oleaginosa dos EUA, seu segundo maior fornecedor, caíram acentuadamente no ano passado e praticamente zeraram em novembro. Compras limitadas foram retomadas após os dois países concordarem com uma trégua em dezembro.
No entanto, a China importou 4,93 milhões de toneladas de soja brasileira em janeiro, mais que o dobro do ano passado (2,07 milhões de toneladas).
A China esmaga a soja para produzir farelo utilizado para alimentar seus rebanhos, mas uma epidemia de peste suína africana também diminuiu a demanda por ração.
Os principais negociadores de Pequim e Washington discutiram na semana passada um conjunto de acordos com o objetivo de acabar com a guerra comercial, incluindo uma lista de 10 itens para aliviar os desequilíbrios comerciais, com compras adicionais de produtos agrícolas dos EUA pela China.
A China comprometeu-se a comprar mais 10 milhões de toneladas de soja dos EUA, disse o secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, no Twitter na sexta-feira.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse no domingo que vai adiar um aumento nas tarifas sobre produtos chineses previsto para o final desta semana, graças ao progresso nas negociações comerciais.
(Por Tom Daly e Min Zhang)