BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, retomou nesta sexta-feira o discurso de foco na agenda econômica ao ser questionado se o país estava caminhando para a ingovernabilidade em meio à intensa crise política enfrentada pelo governo do presidente Michel Temer.
"Estamos administrando de uma forma bastante focada e concentrada na agenda econômica. Economia vai bem, o que é o aspecto mais relevante, e os mercados têm mantido relativa estabilidade", afirmou ele a jornalistas, antes de reunião em Hamburgo, na Alemanha, dos chefes de estado e de governo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China).
"Do nosso ponto de vista também continuamos, com alguns ajustes de cronograma, trabalhando junto aos parlamentares tendo em vista a aprovação das reformas. Reforma trabalhista está caminhando. Reforma da Previdência deve ser discutida no segundo semestre", acrescentou Meirelles.
O governo sabe que ainda não tem maioria segura na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados para garantir que seja rejeitada, já no colegiado, a autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a denúncia contra Temer por corrupção passiva. Nesse ambiente, crescem as especulações acerca de seu eventual afastamento.
Perguntado se continuaria no governo neste cenário, Meirelles respondeu que não trabalha por hipóteses.
Em relação à objeção dos Estados Unidos quanto ao ingresso de mais países na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), na qual o Brasil pleiteia um assento, Meirelles afirmou que os norte-americanos discutem principalmente a questão da entrada de mais um país europeu.
"Acho que essa é preocupação maior da administração americana, e não o Brasil", disse.
(Por Marcela Ayres)