Jefferies relaciona debate da UE sobre ativos russos a compras recordes de ouro

Publicado 24.10.2025, 06:50
© Reuters

Investing.com - A tentativa da Europa de desbloquear os €185 bilhões em ativos congelados da Rússia está emergindo como um teste definitivo de unidade política—e um impulsionador fundamental de uma mudança estrutural na gestão de reservas globais.

Os estrategistas da Jefferies relacionam o debate sobre a monetização dessas reservas diretamente ao aumento nas compras de ouro pelos bancos centrais que começou em 2022.

O Fundo para a Ucrânia de €50 bilhões da UE, lançado em março de 2024, está quase esgotado. Quando a Dinamarca, que detém a presidência da UE, recentemente buscou expandir o fundo, Hungria e Eslováquia rejeitaram a proposta, alinhando-se com a posição de Moscou.

Essa resistência levou as autoridades a explorar uma alternativa controversa: emitir títulos lastreados pela Euroclear e garantidos pelos ativos congelados da Rússia, com os rendimentos enviados à Ucrânia e o resgate financiado por esses mesmos ativos no vencimento.

O plano, introduzido sob um sistema de votação por maioria para contornar vetos, permanece divisivo. O Chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, apoia a medida, mas tanto a França quanto a Bélgica se opuseram.

O Primeiro-Ministro belga Bart De Wever alertou que a medida "efetivamente equivale a confisco", argumentando que todos os membros da UE deveriam compartilhar os riscos, enquanto o Presidente Emmanuel Macron expressou preocupações sobre sua legalidade sob o direito internacional.

"O que está sendo discutido é a expropriação de facto das reservas de moeda estrangeira da Rússia", disseram os estrategistas da Jefferies em uma nota.

Voltando ao ouro, a Jefferies observou que o congelamento inicial das reservas cambiais da Rússia foi o "gatilho" para as compras recordes de ouro pelos bancos centrais em 2022, à medida que países—especialmente não-G7—buscavam proteger suas reservas de possível apreensão.

De acordo com dados do World Gold Council (WGC), os bancos centrais compraram 3.394 toneladas de ouro entre o terceiro trimestre de 2022 e o segundo trimestre de 2025, incluindo três anos consecutivos com mais de 1.000 toneladas cada.

Dados recentes do FMI e do banco central brasileiro mostram que as reservas do Brasil aumentaram 12% apenas em setembro, para 145,1 toneladas.

A Jefferies afirmou que a tentativa de monetizar os fundos congelados da Rússia "cria um precedente massivo", reforçando o ceticismo global sobre a segurança das reservas e acelerando uma tendência em direção à acumulação de ouro—uma resposta silenciosa e sustentada à geopolítica das sanções.

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