Por Marco Aquino e Teresa Cespedes
LIMA (Reuters) - O ex-executivo de Wall Street Pedro Pablo Kuczynski tinha uma vantagem minúscula sobre Keiko Fujimori no segundo turno de uma votação que adquire os contornos da eleição presidencial peruana mais disputada em pelo menos três décadas.
Com 94 por cento dos votos computados nesta segunda-feira, Kuczynski – conhecido no Peru por suas iniciais PPK – tinha 50,28 por cento de apoio, e Keiko vinha logo atrás com 49,72 por cento. A diferença se reduziu quando comparada a uma contagem anterior.
A campanha opôs o populismo de direita que é a marca registrada do fujimorismo à formação elitista e ao estilo tecnocrático rígido de Kuczynski. Não ficou claro quando os resultados finais serão anunciados, e no passado o Peru chegou a demorar dias na contagem de votos.
O assessor de imprensa de Kuczynski disse à Reuters que o candidato só irá conversar com os jornalistas quando 100 por cento das urnas forem apuradas ou o Escritório Nacional de Processos Eleitorais (Onpe, na sigla em espanhol) tiver divulgado o desfecho da eleição.
O diretor do Onpe, Mariano Cucho, pediu aos peruanos para que esperem "com calma e prudência" pelos números definitivos. "Amanhã vamos anunciar uma nova atualização", afirmou.
Cerca de 1,5 por cento dos votos estavam sendo questionados e serão analisados por um comitê eleitoral, disse o Onpe.
Keiko passou muito tempo como favorita na corrida, mas Kuczynski a alcançou nos últimos dias de campanha, quando os peruanos colocaram na balança o legado de seu pai, o ex-presidente Alberto Fujimori – que cumpre uma pena de 25 anos por corrupção e abuso de direitos humanos –, e escândalos recentes implicando seus conselheiros próximos.
O mercado financeiro peruano não reagiu com força aos resultados parciais, já que as plataformas dos dois postulantes foram consideradas favoráveis para os investidores.
(Reportagem adicional de Mitra Taj, Caroline Stauffer e Ursula Scollo)