KINSHASA (Reuters) - Autoridades na República Democrática do Congo prenderam um proeminente líder da oposição do país neste domingo, afirmou a Organização das Nações Unidas (ONU), dois dias antes de uma greve geral que pedirá a saída do presidente Joseph Kabila do cargo neste ano.
Pela constituição, Kabila deve deixar o cargo em dezembro após 15 anos no poder. Seus críticos o acusam de tentar adiar a eleição presidencial programada para novembro de forma a seguir no comando do país. Dezenas de pessoas morreram em protestos contra Kabila em janeiro do ano passado.
Martin Fayalu, presidente do partido Engajamento pela Cidadania e Desenvolvimento (ECIDE) e um dos organizadores da greve geral da terça-feira, foi detido no escritório do partido no início da tarde deste domingo, disse Jose Maria Aranaz, diretor do Escritório Conjunto de Direitos Humanos da ONU (UNJHRO) na República Democrática do Congo.
Líderes da oposição pediram para todo o povo congolês permanecer em casa na terça-feira. Não se sabe ainda qual dimensão a greve geral terá.
"É o mesmo tipo de intimidação contrária à liberdade de reunião pacífica consagrada na constituição", disse Aranaz.
Aranaz afirmou que não se sabe ainda se Fayulu foi preso por policiais ou por homens das forças armadas. Blaise Munizi, parlamentar do ECIDE, disse que Fayulu estaria sob custódia dos serviços de inteligência do Congo.
O governo do país não pôde comentar imediatamente.
(Por Aaron Ross)