Lucro do UBS no 1º tri supera previsões, mas tarifas de Trump atrapalham perspectivas

Publicado 30.04.2025, 12:07
Atualizado 30.04.2025, 12:10
© Reuters. Agência do UBS em Lucerna, na Suíçan14/06/2024nREUTERS/Denis Balibouse

Por Ariane Luthi

(Reuters) - O UBS divulgou nesta quarta-feira um lucro líquido melhor do que o esperado no primeiro trimestre, mas o banco suíço alertou sobre perspectivas incertas, uma vez que as tarifas dos Estados Unidos aumentam os temores sobre o crescimento global, mesmo com o tumulto do mercado elevando os ganhos em sua atividade de trading.

O maior banco da Suíça informou que o lucro líquido atribuível aos acionistas foi de US$1,7 bilhão no primeiro trimestre de 2025, abaixo dos US$1,8 bilhão do ano anterior, mas superando a estimativa média de US$1,3 bilhão em uma pesquisa com analistas fornecida pela empresa.

Em sua divisão de banco de investimento, os mercados globais tiveram um trimestre recorde, com receitas que aumentaram 32% em relação ao ano anterior, sustentadas pela maior atividade dos clientes em ações e câmbio, disse o UBS.

As ações do UBS subiram mais de 2% no início das negociações.

No entanto, as perspectivas foram mais brandas, uma vez que o pano de fundo das tarifas abrangentes do presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou a incerteza. "A perspectiva de tarifas mais altas sobre o comércio global representa um risco significativo para o crescimento global e a inflação, obscurecendo a perspectiva da taxa de juros", disse o UBS.

O UBS esperava que a receita líquida de juros em seu negócio global de gestão de patrimônio diminuísse sequencialmente em uma porcentagem baixa de um dígito no segundo trimestre de 2025 e previa um declínio semelhante em seu negócio na Suíça.

A incerteza contínua do mercado pode atrasar negócios corporativos, acrescentou o banco.

"Com uma ampla gama de resultados possíveis, a trajetória econômica futura é particularmente imprevisível", disse o UBS, acrescentando que um provável período adicional de volatilidade nos mercados poderia levar os investidores a adiar decisões sobre estratégia e alocação de capital.

A guerra comercial global desencadeada por Trump semeou a turbulência nos mercados financeiros e aumentou os temores de uma recessão, ameaçando derrubar uma série de setores, desde a manufatura até o varejo e o setor bancário.

Na terça-feira, o HSBC levantou o espectro de uma menor demanda por empréstimos e uma erosão na qualidade do crédito devido às consequências mais amplas das tarifas, enquanto os executivos dos grandes bancos dos EUA alertaram sobre a turbulência econômica.

O UBS reconfirmou nesta quarta seu programa de recompra de ações para 2025, dizendo que havia recomprado US$500 milhões em ações no primeiro trimestre e reservado outros US$2,5 bilhões para o restante do ano, apesar das perspectivas incertas.

A turbulência do mercado vem se somar aos planos das autoridades suíças de obrigar o UBS a manter mais capital, o que pesou sobre as ações do banco, com propostas do governo para uma revisão da regulamentação bancária esperada para junho.

As autoridades se comprometeram a elaborar regulamentações bancárias mais rígidas para evitar que se repita o colapso do Credit Suisse (SIX:CSGN) em 2023, que foi comprado pelo UBS em uma aquisição de emergência.

"Acreditamos que a incerteza regulatória é a principal razão para o enorme desempenho inferior das ações do UBS nos últimos 12 meses em comparação com seus pares globais", disse o analista Andreas Venditti, da Vontobel, em uma nota.

As ações do UBS subiram mais de 80% desde antes da fusão com o Credit Suisse, atingindo um ponto alto em janeiro, mas, desde então, tiveram um desempenho inferior ao de seus pares, já que os investidores venderam suas ações depois que o presidente-executivo Sergio Ermotti alertou sobre o impacto negativo das novas regras de capital suíças.

A integração dos negócios do Credit Suisse permaneceu no caminho certo, disse o UBS, acrescentando que havia conseguido mais US$0,9 bilhão em economia de custos brutos, levando as reduções de custos acumuladas a US$8,4 bilhões, atingindo 65% dos cortes almejados de US$13 bilhões.

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