PADERBORN, Alemanha (Reuters) - A primeira-minista alemã, Angela Merkel, disse neste sábado que o Reino Unido não pode ter total acesso ao mercado único europeu ao mesmo tempo em que recebe concessões na liberdade de circulação, ou outros países vão querer o mesmo.
O Reino Unido, que está deixando a União Europeia, enfrenta o desafio de assegurar um novo acordo comercial com a UE e, simultaneamente, dar a Londres mais controle sobre a migração do bloco, potencialmente infringindo o princípio de liberdade de movimento da UE, que é a chave para acessar seu mercado único.
"Se eu começar a fazer concessões na liberdade de movimento, então, amanhã, outro país dirá: 'Eu também não quero tantos trabalhadores búlgaros e romenos'", disse Merkel, em uma conferência com a ala jovem do seu partido União Democrata- Cristã (CDU).
"E, então, aparecerá um terceiro país, depois virão as forças extremas da Europa, e logo vamos todos fechar nossas fronteiras novamente e não teremos nenhuma liberdade e então isso não será mais a Europa", acrescentou.
Ela disse que o acesso do Reino Unido ao mercado único Europeu depende do país aceitar as quatro liberdades da União Europeia, incluindo a liberdade de circulação das pessoas.
"Se o Reino Unido disser não, não poderá ter acesso total ao mercado único europeu", disse.