Por Felix Tam e Farah Master
HONG KONG (Reuters) - Dezenas de milhares de manifestantes marcharam em uma das áreas mais turísticas de Hong Kong neste domingo, tentando reunir apoio de visitantes chineses do continente para a oposição da cidade a uma lei de extradição que causou tumulto político.
Manifestantes contra a lei, agora suspensa, reuniram milhões de pessoas nas ruas da antiga colônia britânica nas últimas semanas, no maior desafio que Pequim enfrenta ao seu domínio no território desde que Hong Kong voltou ao controle chinês, em 1997.
Os protestos receberam pouca cobertura da China continental, no entanto, com censores bloqueando notícias das maiores manifestações em solo chinês desde a sangrenta repressão de protestos pró-democracia na Praça da Paz Celestial de Pequim, em 1989.
A lei, que permitiria que pessoas fossem enviadas à China continental para serem julgadas em cortes controladas pelo Partido Comunista, motivou indignação em setores amplos da sociedade de Hong Kong, entre preocupações de que isso ameaça o Estado de Direito que sustenta o status financeiro internacional da cidade.
Hong Kong tem sido governado dentro da fórmula “um país, dois sistemas” desde que voltou ao domínio chinês, permitindo liberdades que não existem no resto da China, inclusive o direito de protestar e um judiciário independente.