Por Giuseppe Fonte
ROMA (Reuters) - O governo italiano irá cortar suas metas de déficit orçamentário a partir de 2020, afirmou nesta quarta-feira o ministro da Economia, Giovanni Tria, depois que investidores venderam ativos italianos e ministros da União Europeia criticaram seus planos para aumentar os gastos em 2019.
Na semana passada, a coalizão governista disse que planejava um déficit de 2,4 por cento do Produto Interno Bruto em 2019, triplicando a meta do governo anterior. A coalizão também disse que o déficit permaneceria neste nível até 2021.
O anúncio agitou os mercados financeiros e provocou críticas de autoridades da Comissão Europeia, mas o líder do Movimento 5 Estrelas, Luigi Di Maio, comprometeu-se na terça-feira a não voltar atrás "nem por um milímetro".
Entretanto, fontes governamentais disseram à Reuters nesta quarta-feira que o objetivo agora é reduzir o déficit a no máximo 2,2 por cento do PIB em 2020 e 2 por cento em 2021, possivelmente menos. A meta do próximo ano continua sendo 2,4 por cento do PIB, disseram.
A notícia provocou queda nos rendimentos dos títulos do governo italiano e chegou a elevar o euro em relação ao dólar. Ações de bancos italianos chegaram a disparar até 3 por cento, mas depois se consolidaram em um ganho de 0,8 por cento.
Falando a uma audiência do maior lobby de empresários em Roma, Tria confirmou que o déficit fiscal será colocado em uma trajetória decrescente após o próximo ano.
"O déficit aumentará em comparação com a previsão anterior em 2019, mas então haverá uma redução gradual nos anos seguintes", disse, sem entrar em detalhes sobre quais serão as metas.
Mais cedo, o líder da Liga e vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini, havia indicado que o governo estaria mudando de rumo em comparação ao posicionamento adotado na semana passada.
"O objetivo (para o próximo ano) é colocar os italianos para trabalhar de novo e pagar impostos à medida que trabalham e, portanto, reduzir o déficit e a dívida nos próximos anos", disse Salvini em entrevista ao canal Mediaset.