Arena do Pavini - As próximas eleições presidenciais na América Latina apresentam riscos para as reformas fiscais e estruturais na região, avalia a agência americana de classificação de risco Moody’s Investors Service em relatório. Os novos governos podem estar menos interessados em prosseguir com programas ambiciosos de reformas, após vários anos de crescimento fraco. Mesmo se o compromisso com as reformas for mantido, a implementação delas pode ser dificultada pela falta de apoio político, afirma a Moody’s.
Segundo a agência, as alegações de corrupção contra políticos eleitos e o desempenho econômico fraco na região têm alimentado o descontentamento com os governos atuais. “Sendo assim, houve um aumento de candidatos que se opõem a reformas antes das eleições presidenciais de 2018 no Brasil, Colômbia e México – alguns deles são políticos principiantes ou não são filiados a partidos tradicionais, que promovem políticas que tendem a estar em desacordo com aquelas defendidas pelos partidos estabelecidos”, diz o relatório.
“Isso reduzirá a previsibilidade das políticas, afetando negativamente a confiança das empresas e dos consumidores, assim como o investimento”, afirma Samar Maziad, vice-presidente e responsável pelo acompanhamento da América Latina na Moody’s.
Tendo em vista a popularidade desses candidatos no México e no Brasil, esses dois países enfrentam um risco elevado de reversão de políticas que pode prejudicar o ajuste fiscal e os esforços de reformas estruturais. Nesses casos, características institucionais, tais como a composição do Congresso, influenciarão a capacidade dos novos governos para implementar suas respectivas agendas políticas.
Na Colômbia, apesar da crescente insatisfação com o governo atual, as características institucionais, bem como o apoio do principal candidato presidencial a políticas fiscais prudentes, contribuiriam para a continuidade das políticas em meio à polarização política, avalia a executiva no relatório. “No entanto, esperamos um ritmo mais lento de consolidação fiscal devido ao crescimento fraco persistente”, conclui.
Por Arena do Pavini