PARIS (Reuters) - Um novo acordo sobre regras de capital para bancos na União Europeia ajuda a retirar obstáculos regulatórios para fusões transfronteiriças de bancos, embora medidas adicionais sejam necessárias, disse o presidente do banco central da França nesta segunda-feira.
Os ministros de Finanças da UE chegaram a um acordo sexta-feira sobre como aplicar as novas regras globais de capital de bancos que reformularam as regulações financeiras após a crise global de 2008 e 2009.
Como parte do pacote, os maiores bancos da Europa, como o francês BNP Paribas (PA:BNPP), teriam suas exposições a outros países do bloco tratadas como exposição doméstica mais segura, segundo o acordo.
"Em 2018, nós deveríamos continuar nossos esforços para encorajar a consolidação do setor financeiro europeu", disse a jornalistas o presidente do banco central francês, François Villeroy de Galhau.
Desde o fim da crise financeira, bancos europeus têm amplamente ignorado pedidos de fusões de alguns membros de bancos centrais, que pensam que a consolidação facilitaria a transmissão de política monetária de forma mais uniforme na zona do euro.
Villeroy, que também está à frente do regulador do setor financeiro da França ACPR, disse que o acordo dos ministros de sexta-feira era "um passo muito bom, mas nós ainda não chegamos lá".
Ele acrescentou que o próximo passo deveria ser voltar a atenção para rapidamente criar uma resistência comum para sustentar a habilidade de resgate do setor, conhecida como Fundo Único de Resolução.
"Assim que o (mecanismo de) resolução for concluído, o ambiente será favorável para o surgimento de grupos bancários e de seguros", disse Villeroy.
Falando especificamente da França, Villeroy renovou as preocupações sobre o surgimento de financeiras corporativas e para consumidores, que levaram o setor privado a níveis recordes de dívida.
Ele acrescentou que o conselho de estabilidade financeira da França, que inclui ele e o ministro das Finanças, foi preparado para tomar medidas em uma reunião no mês que vem, incluindo ao solicitar que bancos exijam capital extra.
Villeroy disse que o objetivo não era controlar os empréstimos, mas garantir que bancos tenham capital suficiente para manter o empréstimo caso o ciclo de crédito piore no futuro.
(Por Maya Nikolaeva e Matthieu Protard)