Por Luc Cohen
BUENOS AIRES (Reuters) - Os ministros do Comércio estavam prestes a encerrar sua reunião bianual na Organização Mundial do Comércio (OMC) sem ter chegado a um único acordo nesta quarta-feira, ainda sofrendo com críticas trazidas pelos Estados Unidos, que já foram a força-motriz da OMC.
Não havia expectativas de que os ministros que se reuniram em Buenos Aires concordariam em grandes reformas, com propostas relativamente menores e sem relação na mesa, incluindo discussões sobre subsídios à pesca e comércio eletrônico.
Uma intervenção discordante feita pelo representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, na primeira manhã, deixou a conferência efetivamente à deriva, uma vez que a OMC exige consenso --unanimidade entre todos os 164 membros-- para chegar a um acordo.
Mesmo a superficial declaração ministerial conjunta parecia incerta.
Guiados pela estratégia de "EUA em primeiro lugar" do presidente Donald Trump e uma preferência por acordos bilaterais, os EUA já impediram que os embaixadores fizessem um esboço em Genebra rejeitando referências ao papel central da OMC no sistema de comércio global e no comércio como diretriz do desenvolvimento.
O porta-voz da OMC, Keith Rockwell, disse a repórteres que a chair da conferência, a ex-ministra de Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, ainda esperava que os ministros concordassem em um texto mais tarde nesta quarta-feira.
"Ainda parece haver lacunas significativas. Se eles conseguirão encontrar as palavras que preencherão estas lacunas, eu não sei", disse Rockwell.
O fracasso em chegar a grandes acordos significa que as negociações sobre os mesmos tópicos continuarão em 2018, sem prazo e sem força ministerial para chegar a um acordo.