Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - A Grécia tem que mostrar "muito mais liderança" para enfrentar uma crise crescente que envolve a chegada de 160 mil refugiados e migrantes a suas costas até agora este ano, disse a ONU nesta terça-feira.
Na semana passada eclodiram confrontos na sobrecarregada ilha grega de Kos entre pessoas desesperadas que fogem principalmente de conflitos na Síria, Afeganistão e Iraque e chegam da vizinha Turquia em pequenos barcos, deparando-se com condições terríveis.
"O ritmo de chegadas tem aumentado nas últimas semanas. Mais refugiados e migrantes chegaram à Grécia durante o mês de julho – um total registrado de 50.242 – do que durante todo o ano passado", disse William Spindler, do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), em uma entrevista coletiva em Genebra.
Centenas de refugiados sírios em Kos embarcaram no domingo em um navio de passageiros fretado pelo governo para abrigá-los e fazer uma triagem dos migrantes, com o objetivo de reduzir as condições caóticas em terra, onde muitos estão vivendo em tendas ou caixas de papelão.
O governo do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, está imerso em uma crise econômica, mas tem a responsabilidade de fazer mais, e a União Europeia também tem de dar apoio a Atenas, disse o Acnur.
Segundo estimativas da Organização Internacional para as Migrações (OIM), cerca de 250 mil migrantes chegaram à Europa por mar até agora este ano, e pelo menos 2.349 morreram durante a viagem.
As equipes de resgate encontraram um migrante morto e salvaram 354 em um barco de pesca perto da costa sudoeste da Itália, informou a Guarda Costeira na segunda-feira. No fim de semana, 49 pessoas foram encontradas mortas, provavelmente por asfixia, em um pesqueiro superlotado.
Um total de 1.000 imigrantes estão sendo resgatados diariamente em sua trajetória para a Itália e a Grécia.