SÃO PAULO (Reuters) - O ex-diretor de serviços da Petrobras (SA:PETR4) Renato Duque e o empresário Julio Camargo, que acusa o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de lhe pedir propina, viraram réus em mais uma ação penal ligada à operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras.
Duque e Camargo, além de mais uma pessoa, tiveram denúncia aceita pela Justiça por suspeita de que estariam envolvidos em um suposto esquema de corrupção para favorecer a empresa italiana Saipem em contratos de obras com a Petrobras.
Duque é acusado pelo Ministério Público neste caso do crime de corrupção passiva, enquanto que Camargo é acusado de lavagem de dinheiro. Os dois já são réus em outros processos relacionados à Lava Jato.
À época da apresentação da denúncia pelo Ministério Público, o advogado Alexandre Lopes, que representa Duque, afirmou que as acusações do Ministério Público são improcedentes e se baseiam apenas em "delações que não se comprovam".
Camargo, por sua vez, fechou acordo de delação premiada em troca de redução da pena. Em depoimento à Justiça, ele acusou o presidente da Câmara dos Deputados de lhe pedir pessoalmente o pagamento de 5 milhões de dólares em propina.
Cunha nega a acusação.
(Reportagem de Eduardo Simões)