Por Joyce Lee e Jack Kim
SEUL (Reuters) - A mulher no centro de um escândalo de corrupção que abalou a Coreia do Sul alegou inocência e se mostrou revoltada, gritando que foi induzida a confessar ao ser convocada à força para um interrogatório.
Choi Soon-sil, que foi indiciada por se envolver em assuntos de Estado por meio de sua amizade com a presidente coreana Park Geun-hye, que sofreu impeachment, fez seu protesto no escritório do procurador especial antes de ser conduzida para dentro de um elevador por agentes correcionais.
As cenas dramáticas ocorreram no momento em que o juiz-chefe da Corte Constitucional, que está deixando o cargo, fez um apelo pela finalização do julgamento de Park até 13 de março, quando a aposentadoria de outro juiz irá reduzir o número de magistrados no tribunal de nove para sete, o que pode incitar questionamentos sobre o veredicto.
Seus comentários foram a indicação mais clara sobre a urgência de uma decisão sobre Park, seja para removê-la do cargo de presidente para se convocar uma eleição 60 dias depois ou para restituí-la à função.
Park foi afastada em meio a um escândalo de tráfico de influência que abalou seu governo nos últimos meses. Se o impeachment for mantido, ela irá se tornar a primeira líder eleita democraticamente a ser retirada do posto no país.
Choi foi conduzida ao escritório do procurador especial graças a um mandado de prisão, depois de se recusar a responder a várias intimações.
"Estou sendo forçada a confessar ter cometido crimes conjuntamente com a presidente", gritou ela aos repórteres. "Não mereço ser tratada assim. E meu bebê e meu neto", disse enquanto seguranças a empurravam para dentro de um elevador.
O escritório do procurador especial rejeitou seus protestos.
"Independentemente de suas alegações infundadas, o procurador especial irá conduzir a investigação minuciosamente segundo a lei e os princípios", disse o porta-voz Lee Kyu-chul durante um boletim à imprensa, acrescentando que Choi estava tentando desacreditar o inquérito.
Como parte da investigação, procuradores estão analisando o patrocínio do grupo Samsung à carreira hípica da filha de Choi, Chung Yoo-ra, de 20 anos, que estava sendo procurada pelas autoridades sul-coreanas e foi presa na Dinamarca.