JOHANESBURGO (Reuters) - O presidente chinês, Xi Jinping, pediu um esforço conjunto de instituições globais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), o G7 e Organização Mundial do Comércio (OMC) para combater o unilateralismo e o protecionismo, em discurso na cúpula do Brics na África do Sul.
Xi também pediu o diálogo para resolver as disputas sobre o comércio global, reforçando as observações que fez na abertura da cúpula no dia anterior, pedindo uma rejeição do unilateralismo na esteira das ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
As ameaças de Trump deram ao grupo Brics --formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul-- um novo ímpeto para aumentar a cooperação comercial, e seus líderes repetiram uma defesa enfática do comércio global na cúpula de três dias.
"Devemos trabalhar juntos... para salvaguardar o regime multilateral de comércio baseado em regras; promover o comércio e o investimento, a globalização e a facilitação; e rejeitar o protecionismo", disse Xi.
Na véspera, Xi disse que não haveria vencedor em uma guerra comercial global.
O presidente russo, Vladimir Putin, pediu mais comércio dentro do bloco dos Brics. Ele disse que o grupo representa uma parcela significativa do produto interno bruto global e saudou a cooperação mais próxima entre as empresas dos países do bloco.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, pediu que os membros do bloco aproveitem a tecnologia para desenvolver suas economias.
O presidente Michel Temer aproveitou a cúpula para reiterar que um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia nunca esteve tão perto de ser fechado.
A reunião dos líderes do Brics em Johanesburgo é a primeira desde que o governo Trump lançou um esforço para reequilibrar o multilateralismo comercial que Trump considera injusto.
(Por James Macharia, Alexander Winning e Olivia Kumwenda-Mtambo)