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Primeiro aumento dos juros abre caminho para um Fed dependente de Trump

Publicado 15.12.2016, 13:37
© Reuters.  Futuro das decisões políticas do Fed depende das políticas fiscais de Trump
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Investing.com - Apesar da elevação dos juros desta quarta-feira já ser esperada, os mercados reagiram à ideia de que o banco central prevê três reajustes das taxas de juros para 2017 (em setembro a previsão era de apenas dois).

Pelo menos 5 dos 17 diretores parecem ter aumentado suas previsões de chance de um aperto de política no próximo ano, de acordo com o gráfico de pontos do Fed que registra anonimamente as estimativas sobre o futuro da política monetária.

Os mercados continuaram a ajustar as expectativas nesta quarta-feira, com o dólar atingindo a máxima de 14 anos frente às principais moedas rivais e o euro atingindo o nível mais baixo em relação ao dólar desde janeiro de 2003. A dívida pública continuou reagindo às notícias com o rendimento do tesouro americano de 10 anos atingindo a máxima intradia de 2,619%, um nível inédito desde setembro de 2014. O ouro teve queda de quase 3% nesta quarta-feira, atingindo níveis inéditos desde fevereiro.

Os mercados ampliaram as apostas em novos aumentos dos juros em junho e setembro do ano que vem, de acordo com o Monitor das taxas de juros do Fed. As probabilidades de outro aumento no dia 14 de junho foram de 55,5% na semana passada para 75,8% nessa semana. Além disso, os fundos futuros do Fed descontaram uma chance de 57,8% de aumento no dia 20 de setembro, comparado a uma chance de 29,5% na semana anterior.

O "efeito Trump" mudou a posição de "alguns" representantes do Fed.

A presidente do Fed, Janet Yellen, admitiu na entrevista coletiva que a eleição de Donald Trump para presidente do país no dia 8 de novembro colocou o banco central no meio de uma "nuvem de incerteza" e já fez com que "alguns, mas não todos os participantes considerassem a possibilidade de uma mudança na política fiscal e incorporassem esses dados em suas projeções".

"Todos os participantes do FOMC reconhecem que existe uma incerteza considerável quanto às mudanças nas políticas econômicas e os efeitos dessas mudanças na economia", afirmou ela.

Além do fato de o gráfico de pontos do Fed ter mostrado que os membros já esboçaram um ajuste adicional para 2017 após a eleição presidencial, o Deutsche Bank indicou que a própria Yellen diminuiu o uso da palavra “gradual”, aplicada geralmente em relação ao ritmo da remoção das políticas acomodativas, na entrevista coletiva da quarta-feira.

De acordo com esses especialistas, na entrevista do dia 15 de junho, Yellen usou a palavra 11 vezes, a presidente do Fed usou a expressão apenas duas vezes na sua aparição mais recente e havia usado ela 7 vezes na entrevista do dia 21 de setembro, que aconteceu antes das eleições.

Uma postura mais pacífica ou enérgica do Fed em 2017 só depende de Trump

Com a própria Yellen admitindo que alguns membros da autoridade monetária dos EUA já mudaram de lado baseando-se em suposições sobre a política do futuro presidente, o Fed, que depende de dados concretos, ainda tem muito espaço para outros ajustes em suas projeções. Ajustes que podem vir daqueles que ainda devem mudar ou daqueles que teriam que se retificar conforme o desdobramento dos eventos no próximo ano.

"Com as grandes expectativas de flexibilização fiscal e aperto da política pelo Fed, vemos potencial para decepções nas duas frentes," alertou a UBS.

"Em nossa pesquisa anterior, mostramos que (1) já existe uma grande flexibilização fiscal na estimativa (ao nível de US$ 1 trilhão); (2) o Fed aumentando as taxas mais cedo e mais rápido tem efeito desinflacionário, resultando em menores rendimentos a longo prazo para o tesouro americano", explicaram.

Vários analistas sugeriram que não estavam convencidos sobre as próprias projeções do Fed e que ainda acreditam que o banco central só apertará a política duas vezes em 2017.

O HSBC observou que é provável que Trump produza uma política fiscal mais estimulante, mas que os efeitos não seriam sentidos até o fim de 2017 e início de 2018.

"Em nossa opinião, três aumentos das taxas de juros em 2017 seria demais em muito pouco tempo e arriscaria reduzir o ritmo de crescimento da economia antes que o estímulo fiscal se estabeleça", disseram esses especialistas.

Os analistas da Fitch Ratings mantiveram suas projeções de apenas dois aumentos no próximo ano, apesar de admitirem os riscos de um número maior de aumentos.

"Possíveis gatilhos para uma normalização mais rápida do Fed incluem um maior estímulo fiscal com maior foco em infraestrutura pública do que prevemos no momento e uma aceleração maior no aumento salarial", disseram.

"Além disso, o efeito do estímulo fiscal na inflação americana seria ampliado caso Trump cumprisse com suas promessas de restringir as importações do México e da China, mas o tempo e a extensão de tais medidas são imprevisíveis e não são incorporadas nas previsões do PIB ou das taxas de juros", explicaram.

Os economistas da Nomura também optaram por não alterar as projeções de apenas dois aumentos das taxas.

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