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Restrições da Argentina deixam o Brasil mais preocupado que a moratória

Publicado 01.08.2014, 19:35
Atualizado 01.08.2014, 20:00
Restrições da Argentina deixam o Brasil mais preocupado que a moratória

Alba Santandreu.

São Paulo, 1 ago (EFE).- A indústria brasileira, que tem na Argentina um de seus principais parceiros comerciais, mostra mais preocupação com as restrições que podem ser impostas pelo país vizinho às exportações do que com a moratória de parte da dívida argentina declarada na quarta-feira pela agência Standard & Poor's.

Um porta-voz da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) admitiu à Agência Efecerta intranquilidade sobre como a disputa da Argentina com os fundos especulativos pode afetar as exportações, mas lembrou que a balança comercial entre os países "já estava muito deteriorada".

Segundo o diretor titular adjunto do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Mario Marconini, as exportações brasileiras para a Argentina caíram 20% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2013 lastradas, em grande parte, pelas medidas restritivas adotadas pelo governo argentino.

"Qualquer efeito que a moratória tiver não será tão grande, porque a situação já está deteriorada", comentou Marconini, ao detalhar que uma menor atividade econômica da Argentina, em consequência da moratória, pode diminuir a demanda por produtos brasileiros.

Marconini se referiu especificamente ao setor automobilístico, considerado um dos motores da indústria e que atravessa momentos difíceis, pressionado pela queda das vendas ao exterior, principalmente ao país vizinho.

"Se diminuir mais a demanda argentina, o Brasil terá muitos automóveis que não conseguirá vender também a outros mercados por questão de preço e de competitividade", acrescentou.

O professor de Economia Internacional da Universidade Federal Fluminense (UFF), André Nassif, afirmou à Efe que, caso aconteça uma moratória "efetiva", a situação pode afetar as exportações brasileiras, mas o problema pode ser reduzido se o governo de Dilma Rousseff adotar medidas a respeito.

Para ele os efeitos podem ser menos sentidos se o país intermediar as exportações por meio de financiamento direto ou com a reativação de mecanismos de compensação de crédito regional semelhantes aos do Antigo Convênio de Crédito Recíproco (CCR).

Esse convênio, assinado pelos bancos centrais dos países da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), funcionava como uma garantia para os exportadores, que recebiam o pagamento diretamente do instituto emissor de seu país e não do importador.

"A solução passa por financiar as exportações brasileiras à Argentina. Esse tipo de financiamento deve ser contemplado pela lei internacional de garantias. Desta forma se evitaria um efeito prejudicial para o comércio brasileiro", comentou.

Nassif advertiu, no entanto, que se a Argentina entrar em uma "profunda recessão", com a consequente queda das importações, isto "poderia acabar afetando negativamente a economia brasileira".

A Standard & Poor's declarou na quarta-feira em moratória seletiva parte da dívida da Argentina depois que alguns dos credores da dívida reestruturada não puderam receber a parcela do pagamento por causa da falta de acordo nas negociações do país com os fundos especulativos credores da moratória de 2001 que não fazem parte das renegociações de 2005 e 2010.

A moratória afeta US$ 539 milhões, que foram depositados pela Argentina em 29 de junho, mas que foram retidos no Bank of New York Mellon por recomendação do juiz Thomas Griesa, que decidiu a favor dos fundos abutres, impedindo o pagamento de somente uma parcela dos credores, decisão que foi ratificada pela Suprema Corte dos Estados Unidos.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na quinta-feira não reconhecer que a Argentina esteja em situação de moratória, pois "está pagando sua dívida", e afirmou que ainda há margem para uma solução negociada à disputa, que acontece nos tribunais americanos.

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