Fique por dentro das principais notícias do mercado desta terça-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 19.08.2025, 08:06
© Reuters.

Investing.com – Os índices futuros das bolsas em Nova York registravam leve queda antes da abertura dos mercados à vista nesta terça-feira, à espera de novos comentários de autoridades do Federal Reserve em simpósio com banqueiros centrais em Jackson Hole.

As negociações de paz na Ucrânia permanecem no radar, após o encontro entre Donald Trump e Volodymyr Zelenskiy.

No Brasil, o governo rejeita as acusações norte-americanas de práticas comerciais desleais e afirma que apenas a Organização Mundial do Comércio (OMC) tem legitimidade para tratar disputas do tipo.

1. Trump e Zelenskiy se encontram em Washington

As conversas pela paz na Ucrânia seguiram após o encontro entre Donald Trump e Volodymyr Zelenskiy na segunda-feira, em Washington.

A reunião, destinada a discutir o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia, terminou com ambos demonstrando otimismo quanto ao futuro – contraste marcado em relação à tensão que prejudicou a reunião anterior.

Trump declarou que os EUA ajudariam a garantir a segurança da Ucrânia, sem detalhar os termos dessas garantias. A fala ocorreu após reportagem do Financial Times sugerir que Kiev poderia se comprometer com a compra de US$ 100 bilhões em armas americanas, financiadas por ajuda europeia, em troca de compromissos de defesa.

O presidente americano também levantou a hipótese de conversas trilaterais, incluindo Vladimir Putin, após ter se reunido com o líder russo no Alasca na semana anterior.

Mesmo assim, a perspectiva de paz imediata segue distante, já que Putin não deu sinais de aceitar um cessar-fogo.

O ponto mais delicado continua sendo o destino dos territórios ocupados pela Rússia. Kiev exige a devolução, enquanto Moscou estaria condicionando um acordo à anexação definitiva de parte da região de Donbas, algo que Zelenskiy resiste em aceitar.

2. Futuros dos EUA caem

Os futuros de ações americanas operavam em queda moderada nesta terça-feira, diante da cautela antes da temporada de balanços do varejo e de pronunciamentos de dirigentes do Fed.

Às 7 h de Brasília, o S&P 500 futuro caía 10 pontos, ou 0,2%, o Nasdaq 100 recuava 45 pontos, ou 0,2%, e os futuros do Dow Jones perdiam 50 pontos, ou 0,1%.

Na véspera, os principais índices encerraram mistos após sessões em faixa estreita, à espera do simpósio de Jackson Hole, onde investidores buscam indicações do presidente Jerome Powell sobre a política monetária até o fim do ano.

A governadora Michelle Bowman, que defendeu cortes de juros na última reunião, fará um discurso ainda hoje.

Atualmente, os contratos futuros precificam em 83% a chance de redução de 0,25 ponto percentual na taxa do Fed em setembro.

No campo corporativo, a temporada de balanços do varejo começa nesta terça-feira com a Home Depot (NYSE:HD).

Além disso, dados sobre início e licenças de construção em julho fornecerão mais pistas sobre a atividade no setor imobiliário.

3. Balanços de varejistas em foco

O setor de consumo ganha protagonismo nesta semana em Wall Street, com a divulgação de números de grandes redes de varejo e de melhorias para o lar.

A Home Depot abre a temporada nesta terça-feira, seguida por Lowe’s (NYSE:LOW), Target (NYSE:TGT) e Walmart (NYSE:WMT).

Os relatórios ajudarão a medir a resiliência do consumidor americano na segunda metade do ano.

De acordo com estimativas da LSEG, a Home Depot deve apresentar crescimento de 5,1% na receita do segundo trimestre, contra 0,6% no mesmo período de 2024.

As tarifas continuam como um fator de risco, apesar de mais da metade do portfólio de produtos da companhia vir da América do Norte. A empresa informou em sua última teleconferência que não planeja repassar custos, mas admitiu que alguns itens podem ser retirados do sortimento.

Na segunda-feira, a Palo Alto Networks (NASDAQ:PANW) divulgou resultados sólidos e orientações otimistas para o ano fiscal de 2026, amparada pela maior demanda por soluções de segurança digital baseadas em inteligência artificial.

As ações subiam 5% no pré-mercado.

A companhia tem se beneficiado do ciclo de atualização tecnológica com foco em nuvem e cibersegurança, em meio ao crescimento de ataques globais de alta complexidade.

Para o exercício de 2026, a empresa projeta receita entre US$ 10,48 bilhões e US$ 10,53 bilhões, acima da mediana das projeções de US$ 10,43 bilhões. O lucro ajustado por ação deve ficar entre US$ 3,75 e US$ 3,85, superando a expectativa de US$ 3,67.

A companhia também anunciou a aposentadoria de Nir Zuk, fundador e diretor de tecnologia. O cargo passa a ser ocupado por Lee Klarich, que assumirá ainda uma cadeira no conselho.

4. Petróleo cai com aumento das esperanças de paz

Os preços do petróleo recuavam nesta terça-feira, em meio às expectativas de que conversas trilaterais possam abrir caminho para encerrar a guerra na Ucrânia, com possível flexibilização das sanções ao petróleo russo.

No momento da redação, os futuros do Brent caíam 1,20%, para US$ 65,80 por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) também cedia 1,31%, a US$ 61,88.

Na segunda-feira, ambos os contratos haviam avançado quase 1%, após críticas do conselheiro comercial dos EUA, Peter Navarro, às compras indianas de petróleo russo com desconto, classificadas por ele como financiamento de guerra.

Depois das conversas em Washington, Trump sugeriu a possibilidade de um encontro de três partes, incluindo Putin, reacendendo esperanças de avanço diplomático.

“Não houve progresso decisivo. O próximo passo deve ser uma reunião entre Zelenskiy e Putin, possivelmente em até duas semanas”, avaliaram analistas do ING.

5. Governo brasileiro responde à investigação comercial dos EUA

O governo brasileiro respondeu formalmente à investigação aberta pelos EUA sob a seção 301 da legislação comercial do país, rejeitando as acusações de práticas desleais e afirmando não reconhecer a legitimidade do USTR para conduzir o processo fora do marco da OMC, único fórum válido para disputas comerciais.

Em documento de 91 páginas, Brasília defendeu que suas políticas são compatíveis com as regras multilaterais e apontou avanços, como o Pix e a inclusão financeira de milhões de pessoas.

A posição reflete a falta de espaço para negociações diretas com Trump, em meio ao risco de tarifas adicionais e ao cancelamento de reuniões bilaterais, o que amplia a percepção de que o contencioso pode se arrastar por meses sem solução imediata.

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