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Secretário de Comércio dos EUA pressiona China a comprar; aliados reclamam de tarifas

Publicado 02.06.2018, 12:41
Atualizado 02.06.2018, 12:50
© Reuters.  Secretário de Comércio dos EUA pressiona China a comprar; aliados reclamam de tarifas

Por Ben Blanchard e Michael Martina

PEQUIM (Reuters) - O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, chegou a Pequim neste sábado visando garantir mais compras chinesas de bens e energia norte-americana, dias após Washington intensificar a pressão em sua disputa com a China e enfurecer aliados com tarifas sobre aço e alumínio.

Ross não falou com os jornalistas em seu hotel em Pequim na tarde de sábado. Ele jantaria com o vice-premiê chinês, Liu He, principal negociador de Pequim na disputa comercial, na Diaoyutai State Guest House, disse uma autoridade norte-americana. Os dois também devem se encontrar no domingo.

A visita de Ross ocorre após ameaças de renovação de tarifas esta semana pelo governo Trump contra a China, e enquanto aliados norte-americanos estão de mau humor com Washington após serem afetados com impostos sobre o aço e o alumínio.

Os Estados Unidos e a China ameaçaram tarifas de retaliação sobre bens de até 150 bilhões de dólares cada.

Após uma trégua comercial entre os dois pesos pesados ​​da economia, a Casa Branca advertiu esta semana que continuará a buscar tarifas sobre importações chinesas no valor de 50 bilhões de dólares, além de impor restrições aos investimentos chineses nos Estados Unidos e controles de exportação mais rígidos.

Ross, que foi precedido em Pequim nesta semana por mais de 50 autoridades dos EUA, deve, durante a visita de dois dias, tentar garantir compras de longo prazo de commodities agrícolas e de energia dos EUA para ajudar a reduzir o déficit comercial de 375 bilhões de dólares com a China.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu que a China tome medidas para reduzir a diferença em 200 bilhões de dólares por ano até 2020.

A equipe dos EUA também quer garantir maior proteção à propriedade intelectual e o fim dos subsídios chineses que contribuíram para a superprodução de aço e alumínio.

Enquanto muitos países compartilham a frustração dos EUA com o comércio chinês e as práticas econômicas, críticos da política norte-americana sob Trump alertam que Washington arrisca alienar a União Europeia, o Canadá e o México com tarifas de 25 por cento sobre o aço e 10 por cento sobre o alumínio.

Na sexta-feira, o governo brasileiro afirmou que as restrições não se justificam "e segue aberto a construir soluções que melhor atendam às expectativas e necessidades de ambos os setores de aço e alumínio no Brasil e nos Estados Unidos, reservando seus direitos nos âmbitos bilateral e multilateral", segundo nota conjunta os ministérios de Relações Exteriores e o de Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

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