Por Andreas Rinke e Erik Kirschbaum
BERLIM (Reuters) - Numa mudança acentuada de tom, a chanceler Angela Merkel quer que autoridades alemãs acelerem a deportação de estrangeiros que tiveram o asilo negado, em resposta ao crescente temor público com o número elevado de imigrantes, disseram parlamentares à Reuters nesta quinta-feira.
Diante das críticas do público e de dentro do seu próprio partido conservador por ter permitido a entrada de cerca de 1 milhão de migrantes e refugiados no país no ano passado, Merkel disse aos parlamentares do seu partido que muitos estrangeiros estão permanecendo mesmo depois de terem o pedido de asilo negado.
"A coisa mais importante nos próximos meses é repatriação, repatriação e uma vez mais repatriação”, afirmou Merkel aos parlamentares conservadores, segundo disseram fontes à Reuters.
Essa é uma mudança significativa de ênfase para Merkel, que previamente criou o mantra “Nós podemos fazer isso!” e firmemente rejeitou as exigências para colocar limites nos números de refugiados.
Contemplando a possibilidade de concorrer a um quarto mandato, Merkel poderia aliviar parte da pressão sobre ela deportando muitos dos 215 mil migrantes que tiveram até agora o direito de residência negado –tanto à força quanto fornecendo incentivo financeiro.
Muitos são de países como Marrocos, Argélia, Tunísia, Albânia, Kosovo, Montenegro, Sérvia, Macedônia, Bósnia, Gana e Senegal. Eles tiveram os pedidos recusados porque não estariam em perigo se retornassem, diferentemente de muitos de lugares como Síria, Iraque e Afeganistão.
Merkel, que está no cargo há 11 anos, viu o seu índice de aprovação afundar para 45 por cento, o menor em cinco anos, dos 67 por cento que ela tinha há um ano. Os conservadores têm apenas 33 por cento de apoio, abaixo dos 41 por cento de um ano atrás, de acordo com uma pesquisa Infratest Dimap para uma TV.