BRASÍLIA (Reuters) - O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de 5,081 bilhões de reais no mês passado, acumulando no ano rombo recorde de 14 bilhões de reais, em meio à economia em recessão e baixa confiança dos agentes econômicos.
No mês passado, no entanto, a economia feita para pagamento de juros da dívida pública foi a metade do saldo negativo visto um ano antes (10,45 bilhões de reais), informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira, com as despesas recuando mais do que as receitas.
O resultado de agosto veio melhor do que o esperado por parte dos especialistas. A equipe do banco Fator, por exemplo, esperava rombo primário de 10,945 bilhões de reais em agosto. Mesmo assim, o desempenho ainda deixa as contas públicas em xeque
No mês passado, a receita líquida do governo central somou 78,886 bilhões de reais, queda real (descontada a inflação) de 12,7 por cento sobre agosto de 2014. No acumulado do ano, ela somou 683,214 bilhões de reais, 4,8 por cento menores em relação a igual período de 2014.
Já os gastos ficaram em 83,968 bilhões de reais em agosto, com queda real de 17,5 por cento sobre igual mês de 2014. Entre janeiro e agosto, eles somaram 697,227 bilhões de reais, queda de 2,1 por cento frente a igual período do ano passado.
Com isso, o Tesouro registrou superávit primário de 269,8 milhões de reais em agosto, enquanto a Previdência Social e o Banco Central apresentaram saldos negativos de 5,154 bilhões de reais e de 198 milhões de reais, respectivamente.
Com grande dificuldade em registrar superávit primário mesmo com a adoção de forte ajuste fiscal, o governo anunciou drástica redução da meta de superávit primário do setor público consolidado (governo central, estados, municípios e estatais) a 8,747 bilhões de reais, ou 0,15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, contra 1,1 por cento do PIB previstos até então.
(Por Luciana Otoni)