Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - A Kroton Educacional (SA:KROT3) informou nesta terça-feira queda de 12,8 por cento no lucro líquido ajustado do segundo trimestre sobre igual período de 2017, para 562 milhões de reais, em resultado que mostrou aumento de gastos operacionais e despesas com vendas e marketing, bem como provisões maiores com inadimplência.
O maior grupo de ensino superior do país teve faturamento líquido de 1,526 bilhão de reais entre abril e junho, alta de apenas 0,5 por cento ano a ano, com redução de 2,6 por cento na base total de alunos em razão do número maior de formaturas e evasões.
As captações e rematrículas para o segundo semestre, que contará com 13 novas unidades presenciais e 100 polos adicionais de ensino à distância (EAD), devem ser concluídas em setembro, segundo o material de divulgação do balanço.
Ao fim de junho, a Kroton contava com um total de 936.888 estudantes matriculados. Apenas na graduação, a base de alunos encolheu 2,9 por cento em relação ao segundo trimestre de 2017, enquanto na pós-graduação houve alta de 4,6 por cento na mesma comparação.
A taxa de evasão subiu a 5 por cento na graduação presencial e a 6,5 por cento na modalidade EAD, ante 3,8 e 5,4 por cento, respectivamente, entre abril e junho do ano passado, refletindo o "ainda elevado nível de desempenho" e a "mudança no perfil da base", com a substituição de estudantes com Fies por pagantes ou beneficiados pelo programa próprio de financiamento da empresa, o PEP.
A Kroton estima que a proporção de alunos matriculados com Fies recue para 2,8 por cento do total da sua base de graduação até 2020, ante 12,6 por cento no segundo trimestre deste ano, conforme mais estudantes beneficiados pelo programa do governo federal se formam e as captações diminuem em meio à redução das vagas ofertadas e ajustes nas regras.
O resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de 641,5 milhões de reais entre abril e junho, 8,4 por cento menor ano a ano. A margem Ebitda ajustada caiu 4,1 pontos percentuais, para 42 por cento.
De acordo com o balanço, a companhia elevou em 11 por cento as despesas operacionais, para 174,3 milhões de reais, e em 20,1 por cento os gastos com vendas e marketing, para 110,3 milhões de reais. Já a provisão para créditos de liquidação duvidosa subiu 20,1 por cento no segundo trimestre, para 182,8 milhões de reais.
A Kroton ainda investiu 107,6 milhões de reais entre abril e junho, incluindo 55,1 milhões de reais em desenvolvimento de conteúdo, sistemas e licenças de softwares, 9,2 milhões de reais em equipamentos de informática e biblioteca e 25,7 milhões de reais em ampliações, entre outros.
A empresa acumulava cerca de 1,13 bilhão de reais entre caixa e aplicações financeiras, 20 por cento menos sobre o segundo trimestre de 2017, após efetuar recompras de ações que somaram 205 milhões de reais, além de desembolsar 106 milhões de reais para aquisição de ativos, pagar parte das debêntures e distribuir de dividendos.
Em documento enviado separadamente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Kroton anunciou que seu conselho de administração aprovou 177,6 milhões de reais em dividendos intercalares, a serem pagos até 29 de agosto.
As ações da Kroton acumulam queda de quase 40 por cento em 2018, superando o declínio de cerca de 22 por cento da rival Estácio Participações (SA:ESTC3) desde o começo deste ano.