Taxas dos DIs sobem após dados dos EUA ofuscarem IPCA-15 e relatório do BC

Publicado 25.09.2025, 16:42
Atualizado 25.09.2025, 16:49
© Reuters.

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a quinta-feira em alta, acompanhando o avanço dos rendimentos dos Treasuries no exterior após a divulgação de dados fortes sobre o mercado de trabalho e a atividade econômica nos Estados Unidos.

Os números norte-americanos acabaram ofuscando o corte da projeção para o PIB brasileiro em 2025, feito pelo Banco Central, e a inflação abaixo do esperado no IPCA-15 de setembro.

Com o dólar também em alta firme ante o real, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2027 estava em 14,075% no fim da tarde, ante o ajuste de 14,013% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,38%, ante o ajuste de 13,279%.

Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2030 estava em 13,355%, em alta de 8 pontos-base ante 13,273% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2035 tinha taxa de 13,475%, ante 13,436%.

No início da sessão as taxas futuras chegaram a oscilar em baixa no Brasil, na esteira das divulgações de mais cedo.

Antes da abertura da sessão, o Banco Central havia informado, por meio do Relatório de Política Monetária, que reduziu sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, de 2,1% para 2,0%. Além disso, estimou em 1,5% a expansão da economia em 2026.

"A ligeira redução decorre dos efeitos, ainda incertos, do aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos da América, bem como de sinais de moderação da atividade econômica no terceiro trimestre", disse o BC no documento.

Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, subiu 0,48% em setembro, abaixo da estimativa de 0,51% dos economistas em pesquisa da Reuters.

Mais do que o resultado cheio, a abertura do IPCA-15 demonstrou alguns números favoráveis. A taxa de serviços passou de +0,50% em agosto para +0,12% em setembro, os serviços intensivos em mão de obra foram de +0,62% para +0,50% e a média de núcleos de inflação passou de +0,31% para +0,20%, conforme cálculos do banco Bmg.

No entanto, o cenário no mercado brasileiro mudou após as 9h30, quando foram divulgados novos dados nos EUA. O Departamento do Trabalho informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 14.000, para 218.000 na semana encerrada em 20 de setembro, em dado com ajuste sazonal. Economistas consultados pela Reuters previam 235.000 pedidos para a última semana.

Já o PIB dos EUA cresceu a uma taxa anualizada revisada para cima de 3,8% no segundo trimestre, informou o Departamento de Comércio. O percentual representa uma elevação ante a estimativa anterior, de 3,3%.

Os dados atenuaram o otimismo nos mercados globais com a perspectiva de novos cortes de juros pelo Federal Reserve, o que deu força ao dólar e aos rendimentos dos Treasuries.

Em reação, as taxas dos DIs viraram para o positivo no Brasil e seguiram em trajetória de alta ao longo do dia. Às 12h01 a taxa para janeiro de 2035 atingiu a máxima de 13,530%, em alta de 10 pontos-base.

Perto do fechamento o trecho curto da curva brasileira precificava em 100% a probabilidade de manutenção da Selic em 15% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no início de novembro.

Essa precificação corroborava comentários cautelosos feitos por autoridades do BC durante coletiva de imprensa em Brasília entre o fim da manhã e o início da tarde.

O presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmou que a instituição segue "dependente de dados" para definir a trajetória dos juros e, ao mesmo tempo, pontuou que há uma convergência da economia para um cenário de suavização da atividade.

Já o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, afirmou que as projeções de curto prazo indicam que a inflação ficará acima do teto da meta nos próximos meses.

A meta contínua perseguida pelo BC é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual -- ou seja, o limite máximo de inflação é de 4,5%.

No exterior, às 16h36, o rendimento do Treasury de dois anos -- que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo -- tinha alta de 6 pontos-base, a 3,661%. Já o retorno do título de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- subia 2 pontos-base, a 4,17%.

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