Washington, 22 mar (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira que imporá um total de até US$ 60 bilhões anuais em tarifas à China por supostas afrontas à propriedade intelectual americana, um valor que ultrapassa em US$ 10 bilhões o que havia sido antecipado pouco antes pela Casa Branca.
Trump disse também que cobrou da China que "reduza em US$ 100 bilhões o déficit" dos Estados Unidos na balança comercial entre os dois países e que isso está sendo "negociado".
"Pedi à China para reduzir o déficit em US$ 100 bilhões, isso seria 25% (do total) ou talvez até mais. Temos que fazê-lo", disse Trump ao assinar o decreto que impõe as tarifas.
"Estamos falando com a China e envolvidos em uma negociação muito grande. Vamos ver para onde nos leva. Enquanto isso, vamos tomar esta medida", acrescentou Trump, que não esclareceu se, caso Pequim atenda as reivindicações sobre o déficit, repensará a imposição das tarifas.
"Há um tremendo roubo de propriedade intelectual, centenas de bilhões de dólares a cada ano", declarou Trump.
Segundo o governo americano, as práticas da China prejudicam os direitos de propriedade intelectual das empresas dos EUA do setor de tecnologia, porque Pequim as força a transferir suas tecnologias a companhias chinesas como requisito para fazer negócios no país asiático.
Trump disse que a imposição de tarifas à China, segundo maior parceiro comercial dos EUA, farão com que seu país seja "muito mais forte e muito mais rico", e prometeu que as medidas comerciais serão recíprocas: "se nos cobrarem, cobraremos o mesmo".
O escritório do representante americano de Comércio Exterior, Robert Lighthizer, terá agora 15 dias para divulgar uma lista de produtos afetados pelas tarifas, que segundo fontes da Casa Branca podem envolver de sapatos e roupas a aparelhos de tecnologia de ponta.
Após a divulgação dessa lista, haverá um período de 30 dias antes de as tarifas entrarem em vigor, segundo a Casa Branca. Além disso, Trump dará 60 dias ao Departamento do Tesouro para decidir como restringir o investimento chinês nos Estados Unidos devido às práticas de "distorção do mercado", em palavras de Peter Navarro, assessor comercial do presidente americano.