Trump nomeia diretora do Fed Michelle Bowman vice-presidente de supervisão

Publicado 17.03.2025, 19:07
Atualizado 17.03.2025, 19:10
© Reuters. Diretora do Federal Reserve Michelle Bowman n03/05/2019nREUTES/Ann Saphir

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nomeou a diretora do Federal Reserve Michelle Bowman como vice-presidente de supervisão, o principal cargo regulatório do banco central, no qual deverá supervisionar uma agenda de elaboração de regras flexíveis e supervisão bancária.

Ex-banqueira comunitária e crítica frequente da regulamentação bancária excessivamente zelosa, Bowman vai substituir Michael Barr, que deixou o cargo de supervisão no final de fevereiro para evitar uma possível disputa legal com o governo Trump.

"Nossa economia foi mal administrada nos últimos quatro anos, e é hora de uma mudança. ’Miki’ tem o ’know-how’ para fazer isso. Estou confiante de que atingiremos patamares econômicos nunca antes vistos na história da nossa nação", escreveu Trump, que assumiu o cargo em 20 de janeiro, nas redes sociais.

Se confirmada, Bowman será responsável pelo amplo portfólio regulatório bancário do Fed, incluindo a supervisão e a redação de regras para muitos dos maiores bancos do país.

Sua nomeação foi rapidamente recebida com elogios do setor bancário e dos republicanos do Congresso, que destacaram seus esforços para resistir a regras mais rígidas para o setor.

"Desde que entrou para o Fed, a diretora Bowman tem sido uma voz ponderada e baseada em princípios em prol de uma política regulatória e monetária sensata, além de alguém que entende o papel importante que bancos de todos os tamanhos desempenham em nosso sistema financeiro e em nossa economia", disse Rob Nichols, chefe da Associação Americana de Banqueiros, em um comunicado.

Bowman era amplamente vista como uma dos favoritas para preencher a função, em parte devido ao fato de que o conselho do Fed está atualmente completo, o que significa que um substituto deve ser nomeado entre os diretores existentes.

Apesar da pouca experiência com bancos globais, Bowman seria uma das principais reguladoras bancárias do governo dos EUA e do mundo, já que o Fed supervisiona os maiores e mais complexos credores do país.

Ex-reguladora bancária do Kansas, Bowman atua no conselho do Fed desde 2018, quando Trump a nomeou para preencher um cargo especificamente reservado para um funcionário com experiência em serviços bancários comunitários. Espera-se que ela tenha um toque regulatório muito mais leve do que Barr, cujos projetos de regulamentação ela criticou veementemente em vários discursos nos últimos 18 meses.

Bowman votou contra a proposta de Barr de implementar a chamada regra "Basel III Endgame", que reformularia a forma como os grandes bancos avaliam seus riscos, exigindo que eles mantivessem significativamente mais capital. Ela argumentou que o ônus do capital deveria ser reduzido.

Em parte estimulados pelas críticas de Bowman, os grandes bancos fizeram forte lobby para diluir a regra de Basileia, que desde então não progrediu devido a disputas internas entre autoridades reguladoras sobre o melhor caminho a seguir.

Bowman também sugeriu que o Fed deveria considerar maneiras de tornar seus "testes de estresse" anuais de grandes bancos mais transparentes e previsíveis para os credores. O Fed anunciou recentemente que planejava fazer várias mudanças significativas nos testes de estresse daqui para frente, e os grandes bancos entraram com ações judiciais para contestar sua legalidade.

Antes de ingressar no Fed, Bowman atuou como comissária do banco estadual do Kansas por um ano e meio, antes de passar vários anos como vice-presidente do Farmers & Drovers Bank, um banco comunitário do Kansas.

No início da carreira, ela foi funcionária do Congresso e também ocupou cargos na Agência Federal de Gestão de Emergências e no Departamento de Segurança Interna.

(Reportagem de Kanishka Singh e Ismail Shakil)

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