Por Roberta Rampton
OSAKA (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira esperar negociações produtivas com o presidente chinês, Xi Jinping, sobre a guerra comercial que vem ameaçando o crescimento global, mas disse que não fez nenhuma promessa sobre o adiamento do aumento das tarifas.
A disputa comercial e os sinais de uma desaceleração global pairam sobre uma cúpula do Grupo dos 20 (G20) de dois dias na cidade japonesa de Osaka, onde Trump e Xi se encontraram de passagem, e se prepararam para conversas individuais no sábado.
Para estabelecer as bases para as negociações, o vice-primeiro ministro chinês, Liu He, encontrou o secretário do Tesouro de Trump, Steven Mnuchin, e o representante de Comércio, Robert Lighthizer, no hotel onde a delegação dos EUA estava hospedada, disse uma fonte familiarizada com as negociações.
As expectativas de que Trump e Xi possam aliviar a tensão quando se encontrarem à margem da reunião diminuíram.
"No mínimo, será produtivo. Veremos o que acontece e o que sai disso", disse Trump a repórteres após uma série de reuniões com líderes, onde deixou claro que sua prioridade era acordos comerciais bidirecionais para impulsionar a economia dos EUA.
Perguntado, no entanto, se ele havia prometido a Xi um adiamento de seis meses para impor novas tarifas a uma lista de 300 bilhões de dólares em importações chinesas, Trump disse: "Não".
Trump já impôs tarifas sobre 250 bilhões de dólares em importações chinesas e está ameaçando estende-las a outros 300 bilhões de dólares em produtos, efetivamente tudo o que a China exporta para os Estados Unidos. A China retaliou com tarifas sobre as importações dos EUA.
Em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang, disse esperar que os EUA possam encontrar a China no meio do caminho.
"Isso está de acordo com os interesses dos dois países e é o que a comunidade internacional está esperando", disse ele em entrevista coletiva.
A China tem consistentemente negado as críticas dos países ocidentais, especialmente dos EUA e da União Europeia, sobre coisas como direitos de propriedade intelectual e a dificuldade de fazer negócios no país asiático.
"A promessa da China de expandir sua abertura não é apenas um cheque que não pode ser descontado", disse Xi à chanceler alemã Angela Merkel em uma reunião em Osaka.
O governo de Trump também tem brigas comerciais com a Índia, Japão e Alemanha, cujos líderes ele encontrou nesta sexta-feira.
Trump disse que viu as perspectivas comerciais dos EUA melhorarem, dias depois de criticar o tratado de segurança entre EUA e Japão e exigir que a Índia retire as tarifas de retaliação.
"Acho que vamos ter algumas coisas muito grandes para anunciar. Um grande negócio comercial", disse Trump antes de começar a conversar com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Ele não deu detalhes.
Um funcionário da Casa Branca disse que os dois líderes pediram que suas equipes trabalhassem em soluções comerciais mutuamente benéficas.