Praga, 25 abr (EFE).- A União Europeia (UE) deveria levar mais em conta o potencial da América Latina como uma das regiões "mais estáveis, seguras e dinâmicas" do mundo para o investimento, garantiu nesta quarta-feira o Real Instituto Elcano (RIE).
"Para a UE (América Latina) é uma terra irmã, com uma unidade cultural, uma economia bastante potente com rendas 'per capita ' que duplicaram e agora se situam em US$ 15 mil", disse hoje o pesquisador principal do RIE, Federico Steinberg, durante a conferência "Iberoamérica: cem anos de amizade", realizada hoje em Praga.
Entre os países dessa região, o analista destacou o Brasil, com uma economia maior que o Reino Unido ou França, e o México, cujo poderio econômico é maior que o da Itália, Canadá ou Espanha.
O economista do RIE se referiu também a níveis de pobreza que caíram 20 pontos percentuais nos últimos 30 anos na América Latina, com classes médias que incluem dois terços da população.
Tudo isso, em uma região "que mantém 8% de população mundial e com renda interessante", acrescentou Steinberg.
O analista do RIE se referiu, além disso, a uma demografia latino-americana "mais sã que a europeia ou outras, e com um dividendo demográfico a cobrar".
É uma zona, além disso, "sem ameaças externas e guerras internas" e que "não sofre ameaça do terrorismo global", acrescentou.
Tudo isso leva o analista a reivindicar este espaço atlântico, onde não houve estados fracassados (salvo Haiti) e que representa "a zona emergente do mundo mais rico", frente aos que auguram que o século XXI será o século da Ásia.
Ao mesmo tempo, o analista mencionou como principais obstáculos ao avanço da região a "baixa fiscalização e elevada desigualdade, a baixa qualidade de sistema educacional, a violência e a corrupção".