Por Eyanir Chinea e Corina Pons
CARACAS (Reuters) - Os venezuelanos foram às urnas neste domingo para renovar o parlamento em uma eleição que, pela primeira vez em 16 anos de "chavismo", a oposição aparece como favorita nas pesquisas para tomar o controle da Assembleia Nacional.
Se vencer, a coalizão de partidos de oposição poderá mudar as leis, vetar ministros e, entre outras medidas,
modificar a formação dos poderes públicos, hoje nas mãos
dos partidários do presidente Nicolás Maduro.
Muitos dos 19,5 milhões de venezuelanos habilitados para
votar compareceram cedo às seções eleitorais em meio à escassez de bens básicos, inflação alta e recessão econômica que castiga o país membro da Opep (Organização de Países Produtores de Petróleo).
"Eu fui chavista e tive orgulho de sê-lo. Mas, como posso continuar assim quando meu salário não é suficiente para dar comida a meus filhos?", questionou Rodrigo Durán, um vigia de 28 anos, que estava em um centro de votação em Caracas. "Me dei conta que são incompetentes, ladrões. Nos enganaram", afirmou.
Desde as 6h da manhã as portas foram abertas na maioria dos locais de votação do país, e as autoridades garantiram que o processo corria com tranquilidade.
O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no governo, e os aliados mantiveram durante 16 anos o controle da Assembleia Nacional, apoiando as políticas do falecido presidente Hugo Chávez e, desde 2013, as de seu herdeiro político, Maduro.
Desta vez, muitos analistas argumentam que o única que resta definir é com que margem perderá o chavismo. A coalizão de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) também se mantinha confiante, apesar de reconhecer que das últimas eleições só venceram uma.
"Isto vai bem senhores, vai muito bem", disse a jornalistas o líder da coalizão de oposição Jesús Torrealba. "Estamos absolutamente seguros que hoje ganha a Venezuela."
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