Por Christine Kim, Josh Smith e Roberta Rampton
SEUL/WASHINGTON, 27 Abr (Reuters) - Os líderes da Coreia do Norte e Coreia do Sul prometeram em cúpula histórica nesta sexta-feira trabalhar pela “completa desnuclearização” da península coreana, mas o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que irá manter pressão sobre Pyongyang através de sanções antes de seu próprio encontro sem precedentes com o norte-coreano Kim Jong Un.
O encontro entre Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, produziu um dia de imagens históricas e uma ampla declaração de boa vontade. Mas o encontro foi escasso em comprometimentos específicos e fracassou em responder à pergunta de se Pyongyang está realmente disposta a abandonar seus mísseis nucleares que por ora ameaçam os EUA.
No encontro na fortificada Zona Desmilitarizada que tem dividido as Coreias há mais de seis décadas, Kim e Moon anunciaram que irão trabalhar com os EUA e a China neste ano para declarar um fim oficial à Guerra da Coreia, da década de 1950, e estabelecer um acordo permanente de paz.
Em um evento marcado por sorrisos, apertos de mãos e abraços, eles também prometeram buscar redução progressiva de armas, cessar atos de hostilidade, transformar a fronteira fortificada em uma zona de paz e buscar conversas envolvendo outros países, incluindo os EUA.
“Os dois líderes declaram perante nosso povo de 80 milhões e o mundo inteiro que não haverá mais guerra na península coreana e que uma nova era de paz começou”, disseram as duas partes.
Mas embora tenham concordado em um objetivo comum de uma península “livre de armas nucleares”, eles não chegaram a falar exatamente o que isto significava ou como isto pode acontecer.
Falando em entrevista coletiva em Washington com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, Trump, que levantou expectativas de que seu próprio encontro planejado com Kim nas próximas semanas irá produzir resultados tangíveis, expressou esperança de que isto será produtivo.
“NÃO IREMOS REPETIR ERROS”
Mas ele acrescentou: “Nós não iremos repetir erros dos governos passados. Pressão máxima irá continuar até que desnuclearização ocorra”.
Trump disse que Kim deve abandonar completamente seu programa de mísseis nucleares e creditou sua campanha de sanções e ameaças militares por levar Kim à mesa de negociação.
Mais cedo ele disse a repórteres que não iria permitir ser “tocado como um violino” pela Coreia do Norte como governos anteriores dos EUA.
Muitos analistas dizem que embora sanções possam estar prejudicando a Coreia do Norte, Kim pode acreditar ter a vantagem e é pouco provável que abandone sua capacidade nuclear completamente, considerando-a vital para a sobrevivência da dinastia de sua família.
Em negociações anteriores, a Coreia do Norte exigiu que os EUA retirassem suas tropas e removessem seu “guarda-chuva nuclear” de apoio à Coreia do Sul. Os EUA possuem 28.500 soldados na Coreia do Sul.