Por Marcelo Teixeira e Nigel Hunt
NOVA YORK/LONDRES (Reuters) - Os contratos futuros do açúcar branco avançaram para a máxima em mais de quatro anos nesta quarta-feira, impulsionados em parte por fortes ganhos no mercado de matérias-primas, enquanto os preços do café também avançaram.
Açúcar
O açúcar branco para outubro fechou em alta de 3,10 dólares, ou 0,6%, a 504,50 dólares a tonelada, após avançar para um pico de 510,30 dólares - a máxima desde março de 2017. Os operadores disseram que o desconto do primeiro contrato para dezembro diminuiu significativamente nos últimos dias, refletindo em parte uma pausa nas vendas da Índia, à medida que os preços domésticos aumentam no país que mais consome o mundo.
O açúcar branco também estava acompanhando os ganhos recentes no mercado de matérias-primas, que avançou para máxima de quatro anos e meio na terça-feira. O açúcar bruto para outubro fechou em alta de 0,15 centavo de dólar, ou 0,7%, a 20,17 centavos de dólar por libra-peso. A Índia pode exportar 6 milhões de toneladas de açúcar na nova temporada que se inicia em outubro, mesmo sem subsídios do governo, com os preços globais em máximas de quatro anos e meio tornando as vendas ao exterior mais lucrativas, disseram autoridades do setor nesta quarta-feira.
Café
O café arábica para dezembro fechou em alta de 0,85 centavo de dólar, ou 0,5%, a 1,8285 dólar por libra-peso. O mercado continuou a ser sustentado por preocupações de que as geadas recentes irão restringir a produção no Brasil na próxima temporada. "Estamos todos de acordo que 21/22 é um ano de grande déficit (global) ... 22/23 provavelmente também será um ano deficitário devido à geada", disse a Cardiff Coffee Trading. Uma pesquisa da Reuters divulgada este mês tinha uma previsão de um déficit global de 9 milhões de sacas de 60 quilos para a temporada de 2021/22. [COF/POLL]
A consultoria TRS espera perda de 4% para produção no próximo ano no Brasil, como consequência das geadas.
O café robusta para novembro fechou em alta de 32 dólares, ou 1,7%, a 1.877 dólares a tonelada.
(Reportagem de Marcelo Teixeira e Nigel Hunt)