NOVA YORK/LONDRES (Reuters) - Os contratos futuros do açúcar bruto na ICE atingiram sua mínima em um mês nesta quinta-feira, sob sinais de enfraquecimento da demanda e em meio a uma venda generalizada nos mercados financeiros, causada por temores de bancos centrais tentando reduzir a liquidez.
O café arábica caiu para sua mínima em duas semanas e meia.
Açúcar
O açúcar bruto para outubro fechou em queda de 0,25 centavo de dólar, ou 1,3%, em 19,24 centavos de dólar por libra-peso, tendo atingido sua mínima desde o início de agosto, de 19,10 centavos de dólar.
Os operadores disseram que, apesar das preocupações de que a produção do Brasil, maior produtor, possa despencar em mais de 6 milhões de toneladas em relação à temporada passada, a demanda está caindo drasticamente, já que as altas taxas de frete levam os compradores a consumir seus estoques.
O line-up de embarques de açúcar do Brasil nesta semana foi 52% menor do que há um ano, de acordo com a agência marítima Williams, em apenas 1,02 milhão de toneladas.
A Índia deve exportar 6 milhões de toneladas de açúcar no novo ano-comercial que começa em 1º de outubro, já que uma alta nos preços globais tornou as exportações viáveis para as usinas indianas, disse um importante órgão comercial.
O açúcar branco para outubro recuou 6,40 dólares, ou 1,3%, para 475,10 dólares a tonelada.
Café
O café arábica para dezembro fechou em queda de 2,75 centavos de dólar, ou 1,4%, em 1,8745 dólar por libra-peso, tendo atingido a mínima desde o final de agosto, de 1,8375 dólar.
"As principais regiões produtoras de café no Brasil foram saudadas com chuvas muito esperadas durante a primeira semana de setembro, proporcionando algum alívio para o equilíbrio apertado do café após vários meses de seca severa e geadas", disse Citi.
Os cafeicultores brasileiros estão muito à frente da média nas vendas da safra, de acordo com um relatório da consultoria Safras & Mercado.
O café robusta para novembro recuou 28 dólares, ou 1,3%, fechando em 2.050 dólares a tonelada, após atingir o maior patamar em quatro anos na quarta-feira.
Os preços do café no maior produtor de robusta, Vietnã, pairaram perto de máxima em quatro anos esta semana, seguindo sugestões dos mercados internacionais. Partes do cinturão do café estão sob restrições ao movimento do coronavírus, embora os produtores tenham dito que podem ir para suas fazendas de café.
As manifestações de caminhoneiros brasileiros que bloquearam algumas rotas para as exportações de commodities pareciam estar diminuindo.
(Reportagem de Marcelo Teixeira e Maytaal Angel)