A aprovação pela Câmara dos Deputados da Medida Provisória (MP) que retoma a gratuidade de despacho de bagagem foi criticada pela Associação Latino-americana e do Caribe do Transporte Aéreo (Alta).
Segundo a entidade, essa medida representa um retrocesso ao processo de simplificação do setor aéreo brasileiro, que segue em busca de se tornar mais competitivo, com mais opções para o usuário.
O presidente da Alta, José Ricardo Botelho, comparou o fim da gratuidade com a prática de venda casada. Segundo ele, se hoje existem tarifas médias a preços mais baixos mesmo com a disparada do dólar e do combustível, é porque existem diferentes tipos de tarifas e as pessoas podem escolher como vão voar.
"É importante não se iludir: medidas como esta prejudicam toda a população na medida em que retiram do mercado doméstico brasileiro a possibilidade de escolha do cidadão e impedem a vinda de novas empresas low cost. Se essa vinda ainda não se concretizou, muito se deve à insegurança jurídica que temos e ao período de pandemia que já dura quase 2 anos", afirmou.
Como mostrou mais cedo o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a aprovação da proposta deixou o governo em alerta. Com o arrefecimento da pandemia, o Executivo começou a retomar as tratativas com empresas aéreas low cost que podem vir a operar no mercado doméstico brasileiro.
A cobrança pelo despacho de malas, no entanto, é crucial para que essas companhias decidam se estabelecer no País. Por isso, o movimento dos deputados foi encarado dentro do governo como uma sinalização terrível para as negociações.