BRASÍLIA (Reuters) - A ministra do Orçamento e Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta quarta-feira que o governo federal dispõe de um "espaço fiscal" maior por causa da PEC da transição, mas que esse espaço será elevado com a promulgação do novo marco fiscal.
Em entrevista a jornalistas na sede do Ministério da Fazenda, após reunião com o ministro da pasta, Fernando Haddad, Tebet explicou, porém, que grande parte do maior espaço fiscal será destinado a investimentos na área da saúde.
Questionada sobre se mudanças no texto do arcabouço fiscal impactariam a elaboração de políticas públicas prometidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Tebet explicou que a maior parte dos programas propostos por ele já haviam sido anunciados e, portanto, já estavam incluídos no orçamento.
Segundo ela, programas ainda não anunciados formalmente, como a isenção do imposto de renda para quem recebe até 5 mil reais mensais, podem ficar para 2024 ou 2025, a depender de discussões com a Fazenda baseadas na tramitação da reforma tributária no Senado.
A ministra destacou que, além do marco fiscal, a tramitação da reforma tributária na Câmara seria a "cereja do bolo" de uma série de acertos da área econômica do governo, entre outros fatores, que resultaram em um cenário macroeconômico mais positivo.
"Nem nos nossos melhores sonhos nós podíamos imaginar que, numa projeção inicial de crescimento de menos de 1% do PIB, de 0,7%, já temos uma projeção de crescimento de 2,5%, inflação e inflação de alimentos, que é mais importante, em queda... O preço dos combustíveis subindo, impactando positivamente os outros números macroeconômicos, câmbio valorizado com a depreciação do dólar. Então, o balanço foi extremamente positivo", afirmou.
(Por Victor Borges)