Por Bernardo Caram
BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central anunciou nesta segunda-feira o adiamento das divulgações de estatísticas relativas ao mês de fevereiro, inicialmente previstas para esta semana, pontuando que as novas datas de publicação serão informadas "oportunamente".
A autoridade monetária não informou de imediato as razões da mudança. Na última semana, outras divulgações já haviam sido adiadas. Sindicato de funcionários do BC tem afirmado que os incidentes são consequência da operação padrão dos servidores que pedem reajuste salarial.
Segundo o anúncio feito nesta segunda, ficam adiadas as apresentações das estatísticas do setor externo (inicialmente prevista para esta segunda às 9h30), de crédito (quarta-feira às 9h30) e fiscais (quinta-feira às 9h30).
O presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad, disse à Reuters que representantes dos servidores se reuniram no sábado com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, mas não houve proposta formal de reajuste ou reestruturação de carreiras.
"O adiamento das estatísticas tem a ver com as paralisações. Por não ter nenhuma proposta oficial do governo, os servidores do Banco Central vão definir hoje greve por tempo indeterminado a partir de 1º de abril", disse.
O presidente da Associação Nacional dos Analistas do Banco Central do Brasil (ANBCB), Henrique Seganfredo, também afirmou que o adiamento está relacionado ao movimento dos servidores do órgão.
"A inoperância do Roberto Campos Neto nos levou a isso", disse. "Os especialistas do BC devem deliberar hoje à tarde sobre a greve".