Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - A poucos dias da Black Friday, o consumidor aguarda para poder aproveitar as promoções no comércio físico ou online. A data está marcada para a próxima sexta-feira, dia 25, mas as lojas já iniciaram as promoções durante praticamente todo o mês de novembro – basta olhar os sites ou aplicativos de grandes redes varejistas.
Com a tendência de aumento de compras online após a pandemia, neste ano, de acordo com projeção da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), as vendas no e-commerce no período devem movimentar R$6,05 bilhões. Além disso, pesquisa do Google (NASDAQ:GOOGL) realizada pela Offerwise aponta que quase nove em cada dez pessoas interessadas em fazer compras na Black Friday buscam um celular. Mas toda atenção é pouca para não ter dor de cabeça depois das compras.
Cinco dicas antes de aproveitar a Black Friday
Para aproveitar a data da melhor forma, a Warren elencou cinco dicas de planejamento financeiro para o consumidor não sair da Black Friday endividado em excesso ou cair em ciladas comprando “metade do dobro” do preço. André Schneider, economista e especialista em Investimentos na Warren, pondera que se o objetivo é pensar no nosso bem-estar, o consumidor deveria avaliar se, em vez de consumir, não seria o momento adequado para uma reserva. “Uma reserva gera uma segurança financeira que possibilita uma segurança, tranquilidade para consumir sempre, não só quando tem uma campanha. Isso abre muita possibilidade de consumo inclusivo”, pondera. No entanto, para quem está firme e convicto de que vai encarar o dia de compras, seguem as dicas:
1. Faça uma lista
Com tantos produtos em promoção, como não comprar descontroladamente? A primeira orientação é fazer uma lista de itens que o consumidor deseja ou precisa, com ordem de prioridade. Assim, é possível aproveitar as oportunidades sem exagero ou compras desnecessárias – evitando desperdício de tempo e de recursos.
2. Acompanhe o histórico de preços
Produto com 50% de desconto. Está barato mesmo? É importante saber o quanto vale o produto que o consumidor deseja, e para isso existem sites de monitoramento com histórico de preços. Isso vale para celular, televisão, maquiagem, passagem de avião, entre outros. Comparar com outras lojas e com os preços da loja em outros momentos é essencial.
3. Saiba a procedência
O consumidor deve verificar a legitimidade da loja acessada. Com sites e perfis fake, nem sempre há garantia da entrega de produtos. “Tem muito malandro na internet”, lembra o especialista da Warren. Por isso, é preciso conferir se o site é conhecido, se existe um histórico daquela loja no mercado, em sites como o Reclame Aqui.
4. Fique de olho em golpes
“O golpe está aí, cai quem quer”. Cuidado pelo senso de urgência criado por algum anúncio de produto e desconfie daqueles com promoção "somente nos próximos minutos" ou "últimas peças". O consumidor pode se deixar enganar por essa falsa sensação de urgência criada pelo anúncio e, com isso, não conferir informações de segurança.
5. Não deixe de lado o planejamento financeiro
A Black Friday ocorre na época de final de ano, quando os consumidores estão com “dinheiro na mão” diante do pagamento do décimo terceiro. O apelo comercial pode ser perigoso, deixando a sedução do consumo a um preço mais baixo falar mais alto. Quitar ou renegociar as dívidas precisa ser o primeiro passo. “Os juros acabam custando muito mais caro no longo prazo do que perder uma oportunidade de aquisição”, lembra. Com o que sobrar após o pagamento de dívidas, é possível ver o quanto pode ser consumido.
Nada de “Black fraude”
O consumidor pode tornar as compras mais seguras a partir de algumas ações, segundo Marcos Paulo Nicolau, diretor antifraude da Gerencianet. Entre elas, verificar o histórico das lojas escolhidas, em caso de estabelecimentos pouco conhecidos, e a veracidade dos sites em que realizam a compra, já que o phishing também é muito comum. “Fraudadores criam um site falso de uma loja conhecida para captar o pagamento do cliente. Também é necessário estar atento e desconfiar de descontos muito superiores à média do mercado”, alerta.
Segundo o especialista, o pagamento por Pix também não é diferente. É muito importante, depois de todas as avaliações que o consumidor fizer e decidir por concluir a compra, conferir, no aplicativo do banco do consumidor, se o destinatário do pagamento é realmente a loja onde se está comprando. Caso, após ler o QR CODE ou a chave, o destino apresentado não for relacionado à loja em que se está comprando, a chance de ser uma fraude aumenta.
A hora de realizar o pagamento também exige atenção. Caso o consumidor escolha comprar com boleto, deve verificar os dados do destinatário, tanto os que estão impressos no boleto, quanto os que aparecem como destino na hora que em o consumidor estiver pagando em seu banco. “Caso alguma dessas informações seja divergente, é importante ter um cuidado maior e buscar outras formas de confirmação - principalmente entrando em contato com os telefones oficiais das lojas”, indica o especialista. Além disso, é mais fácil cancelar uma compra não entregue paga pelo cartão de crédito do que obter de volta o dinheiro pago em boleto ou PIX.
Em caso de golpe, é importante que o consumidor entre em contato com a instituição de pagamento com urgência para avaliar se ainda há tempo de bloquear a transação. Nicolau reforça que, no caso de Pix, há o Mecanismo Especial de Devolução (MED), utilizado para alguns cenários, incluindo fraude. “Ao utilizar o MED, todas as instituições envolvidas na transação são avisadas sobre o possível problema e, caso ainda se tenha o saldo disponível, o valor pode ser bloqueado. É importante também que o consumidor realize um Boletim de Ocorrência para reportar o caso”, completa. O especialista recomenda também verificar se o site é acessível via HTTPS, pois o "S" no final significa que existe uma criptografia no fluxo de informações transacionadas por meio daquele site.
Sempre que possível, o consumidor deve baixar o aplicativo do site em que deseja comprar nas lojas oficiais de aplicativos - a Play Store (Android) e App Store (da Apple (NASDAQ:AAPL)).