Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira que, caso seja reeleito, vai trabalhar para que haja uma alteração no Orçamento do próximo ano no Congresso com o objetivo de reduzir os valores do chamado orçamento secreto, uma rubrica bilionária de emendas em que falta transparência dos beneficiários dos repasses.
"Vamos tentar negociar reduzir esse valor, passar uma parte para mim, e se não for possível eu vou para o veto. Creio que a derrubada do veto vai ser mais difícil pelo perfil do novo Parlamento", disse ele, em entrevista ao portal Metrópoles.
Pelo Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023 enviado pelo Executivo ao Congresso, a previsão é que o orçamento secreto --tecnicamente denominado de emendas de relator ou RP-9-- será de 19,4 bilhões de reais.
Na entrevista, o presidente afirmou que não pode continuar perdendo poderes em relação ao orçamento secreto. Ele chegou inicialmente a falar que iria negociar a extinção dessa rubrica, mas depois se explicou melhor dizendo que pretende ter acesso a alguma fatia dela.
O adversário dele, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já disse que pretende acabar com o mecanismo ou ao menos substituí-lo por um orçamento participativo.
Ao ser questionado sobre uma eventual reeleição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Bolsonaro disse que ele foi excelente para o país ao exaltar o trabalho dele, por exemplo, nas negociações que levaram à mudança do ICMS que levou à redução do preço dos combustíveis.