Por Maytaal Angel
LONDRES (Reuters) - Os preços de referência do cacau atingiram máximas recordes nesta terça-feira, ampliando os importantes ganhos do ano passado, diante de uma oferta cada vez mais restrita, de sinais técnicos de negociação na bolsa e de fraqueza da moeda britânica.
Espera-se que o mercado do cacau registre um terceiro déficit de oferta consecutivo nesta temporada e os sinais técnicos são cada vez mais altistas. O cacau de março foi negociado na terça-feira com um prêmio de quase 650 libras em relação a março de 2025, observaram os negociantes.
"É apenas um mercado altista à moda antiga. Os estoques estão caindo, não há muito cacau sendo classificado e há suporte de uma libra mais fraca", disse um negociante.
Ele disse que seus clientes, que estão principalmente envolvidos no comércio físico de cacau, estão relutantes em fazer hedge no momento devido à volatilidade dos preços. Isto reduz os volumes globais e torna os preços ainda mais voláteis.
O contrato março do cacau em Londres na bolsa ICE fechou em alta de 90 libras, ou 2,5%, a 3.717 libras (4.695 dólares) por tonelada, tendo atingido um recorde de 3.723 libras, à medida que o valor da libra esterlina caiu em relação ao dólar..
Uma moeda britânica fraca torna o cacau em libras esterlinas mais barato para os investidores não americanos.
Enquanto isso, o contrato março do cacau em Nova York cotado em dólar subiu 2,5%, para 4.429 dólares a tonelada.
Já o contrato março do café robusta subiu 6,1%, para 3.170 dólares a tonelada, tendo atingido o valor mais alto em pelo menos 16 anos, de 3.177 dólares, à medida que os agricultores do Vietnã atrasam as entregas de grãos pré-vendidos, enquanto os ataques ao transporte marítimo do Mar Vermelho retardam as entregas para a Europa.
O contrato março do café arábica subiu 2,9%, para 1,8525 dólar por libra-peso.
Enquanto isso, o contrato março do açúcar bruto ganhou 4,2%, a 22,52 centavos de dólar por libra-peso, atingindo uma máxima de um mês durante a sessão, e o açúcar branco de março subiu 2,9%, para 644,40 dólares a tonelada.
(Reportagem de Maytaal Angel, reportagem adicional de Marcelo Teixeira em Nova York)