FRANKFURT (Reuters) - Os maiores bancos centrais do mundo podem estar prestes a garantir o santo graal da política monetária: um pouso econômico suave, apesar dos aumentos mais acentuados das taxas de juros em décadas, disse o chefe do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), nesta segunda-feira.
Quase todos os bancos centrais aumentaram os custos de empréstimos em um ritmo alucinante para combater a alta da inflação pós-pandemia, levantando temores de que eles derrubariam o crescimento econômico, destruiriam empregos e aumentariam o desemprego ao longo do caminho.
Mas os incrementos dos juros já terminaram, a inflação está voltando às metas e o emprego continua forte, isolando a economia do que teria sido um impacto considerável em episódios anteriores de aperto da política monetária.
"A atividade econômica permaneceu surpreendentemente resiliente, reforçando a confiança de que as economias podem estar posicionadas para um cenário de pouso suave -- ou pelo menos quase suave --", disse Agustín Carstens, gerente-geral do BIS, em um discurso na Basileia.
"Se isso for verdade, a luta contra a inflação teve um custo notavelmente pequeno em termos de menor crescimento do Produto Interno Bruto ou maior desemprego", acrescentou Carstens, cujo grupo é às vezes chamado de banco central dos bancos centrais.
As taxas de inflação caíram tanto que os investidores estão apostando em cortes nos juros do Federal Reserve e do Banco Central Europeu (BCE) nos próximos meses, apesar da resistência quase constante dos formuladores de política monetária de que os investidores estão se precipitando.
Os governos ainda estão gastando demais, os salários ainda precisam se recuperar da inflação rápida e os preços dos serviços estão atrasados em relação às suas tendências históricas, o que sugere que muitas pressões sobre os preços estão por vir, disse ele.
(Por Balazs Koranyi)