Comitê mantém estratégia contra riscos no setor elétrico para 2026

Publicado 30.07.2025, 11:40
© Reuters Comitê mantém estratégia contra riscos no setor elétrico para 2026

O CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) decidiu manter em 2026 os mesmos critérios adotados neste ano para medir os riscos na operação do sistema elétrico. A decisão foi tomada na reunião extraordinária realizada nesta 4ª feira (30.jul.2025) no MME (Ministério de Minas e Energia), em Brasília.

Apesar de o país ter enfrentado um período com menos chuvas, os reservatórios das hidrelétricas seguem com níveis estáveis. O armazenamento médio das usinas que compõem o SIN (Sistema Interligado Nacional) está acima de 65%, o que garante segurança no fornecimento de energia.

A manutenção das regras visa a preservar a segurança do sistema e, ao mesmo tempo, evitar pressões desnecessárias sobre a conta de luz. A avaliação do governo é de que, com planejamento adequado, é possível manter o equilíbrio entre segurança energética e moderação nos custos para os consumidores.

A decisão foi baseada em uma nota técnica elaborada por 3 órgãos do setor:

  • ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico);
  • CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica); e
  • EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

O documento foi discutido em consulta pública e recebeu sugestões de empresas e especialistas.

Segundo o comitê, os parâmetros adotados em 2025 funcionaram bem e mostraram que o sistema está mais preparado para enfrentar cenários de clima desfavorável.

A estratégia busca evitar situações como a de 2021, quando a falta de chuvas e a má gestão dos reservatórios quase causaram um apagão nacional. Na ocasião, o uso intenso de termelétricas elevou os custos, o que levou o governo a contratar empréstimos de emergência que impactaram a conta de luz dos consumidores.

As regras definidas pelo CMSE passam a valer a partir de janeiro de 2026 para a operação do sistema e a formação dos preços no curto prazo. No caso do planejamento de longo prazo e da definição da garantia física das usinas, a entrada em vigor será definida mais adiante pelo ministério.

AJUSTES TÉCNICOS

O comitê manteve a maioria dos parâmetros de operação, com uma mudança importante: o VMinOp (volume mínimo operacional) da região Norte subiu de 19,1% para 28%. Esse índice representa o nível mínimo de água nos reservatórios considerado ideal para a operação segura das usinas. Segundo os técnicos, o novo valor se alinha melhor com as condições reais da região.

Os demais valores do VMinOp foram mantidos:

  • Sudeste, Paraná e Paranapanema (BVMF:PMAM3): 20%;
  • Sul e Iguaçu: 30%; e
  • Nordeste: 23,3%.

Também permanecem inalterados os indicadores de risco chamados de CVaR (Conditional Value at Risk, na sigla em inglês), que ajudam a estimar a chance de o sistema não conseguir atender à demanda em situações extremas:

  • 15,40 para a operação e definição de preços; e
  • 25,35 para o planejamento da expansão e garantia física.

O CVaR serve para calibrar os modelos de simulação usados pelo ONS. Com ele, os 15% piores cenários hidrológicos recebem um peso 40% maior nas análises, o que resulta em uma postura mais conservadora na operação.

Na prática, isso significa maior preservação de água nos reservatórios, mesmo que isso leve ao acionamento de termelétricas em determinados momentos.

Leia mais em Poder360

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.