WASHINGTON (Reuters) - A economia da China está começando a mostrar alguns sinais de normalização após o grande impacto causado pelo coronavírus, mas os riscos permanecem, afirmaram autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI) em um blog sobre o impacto econômico da pandemia.
A maioria das grandes empresas chinesas reabriu e muitos funcionários locais voltaram ao trabalho, mas as infecções podem aumentar novamente à medida que as viagens nacionais e internacionais forem retomadas, disseram as autoridades do FMI.
Surtos em outros países e oscilações no mercado financeiro podem fazer com que consumidores e empresas sejam cautelosos com os produtos chineses, no momento em que a economia está voltando a rodar, disseram eles.
O coronavírus, que infectou 250 mil pessoas e matou mais de 10 mil, causou estragos na economia global. Na China, a desaceleração no primeiro trimestre será significativa, deixando uma marca profunda para o resto do ano, disse o FMI.
"O que começou como uma série de paradas repentinas na atividade econômica rapidamente se espalhou pela economia e se transformou em um choque total, impedindo simultaneamente a oferta e a demanda", disse o blog do FMI, destacando os dados muito fracos da produção industrial e das vendas no varejo de janeiro e fevereiro.
Mas o FMI afirmou que a resposta da China até agora mostra que as políticas corretas fizeram diferença no combate à doença e na mitigação de seu impacto, embora com duras consequênciaas econômicas.
Para atenuar o choque simultâneo causado a famílias, empresas, instituições financeiras e mercados, os parlamentares chineses rapidamente intervieram, direcionando o apoio a famílias e pequenas empresas vulneráveis, renunciando a taxas de previdência social, contas de serviços públicos e canalizando crédito por meio de empresas de tecnologia.
Eles também organizaram crédito subsidiado para estimular o aumento da produção de equipamentos médicos, apoiaram os mercados interbancários e ajudaram empresas sob pressão, disse o blog.
As autoridades também trabalharam em estreita colaboração com os bancos, incentivando-os a emprestar a empresas menores e fornecendo cortes direcionados às taxas de compulsório, enquanto continuaram a emprestar generosamente a empresas maiores e companhias estatais, disse o FMI.
Dados os riscos econômicos em curso, as autoridades chinesas precisam estar prontas para continuar apoiando o crescimento e a estabilidade financeira, se necessário, e coordenando medidas internacionalmente, devido à natureza global do surto, disse o FMI.
Uma oportunidade para coordenar a resposta internacional seria através das 20 principais economias do mundo (G20), mas divisões dentro do grupo poderiam minar essas perspectivas, disseram especialistas.
(Reportagem de Andrea Shalal)