SÃO PAULO (Reuters) - Especialistas consultados pelo Banco Central projetam uma inflação de 8,89% ao final deste ano e de 4,39% em 2023, com a taxa básica de juros respectivamente em 13,25% e 9,75%, de acordo com uma atualização parcial da pesquisa Focus divulgada pelo BC nesta segunda-feira.
Em uma nota à imprensa simplificada, o BC informou que as expectativas do mercado apontam para uma alta do IPCA de 8,89% em 2022 e 4,39% em 2023, em uma mediana que considera todas as projeções válidas feitas nos últimos 30 dias até 3 de junho.
Na mediana dos últimos cinco dias no sistema do BC, as estimativas para a inflação eram de respectivamente 9,0% e 4,5%, segundo a nota.
O IBGE divulga na quinta-feira os dados de maio do IPCA. O IPCA-15, considerado prévia da inflação oficial, desacelerou a 0,59% em maio, mas ainda assim surpreendeu com alta acima do esperado e registrou o resultado mais intenso para o mês em seis anos, com a taxa acumulada em 12 meses bem acima de 12% e no maior nível em 18 anos e meio.
Em relação à taxa básica Selic, que atualmente está em 12,75%, as projeções são de 13,25% ao final deste ano e de 9,75% em 2023. Na mediana dos últimos cinco dias, as contas ficaram em 13,25% e 10,13%.
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), os especialistas consultados veem uma taxa de 1,20% em 2022, que cai a 0,76% no próximo ano. Na mediana dos últimos cinco dias as expectativas são de expansão de 1,50% e 0,47%.
O PIB brasileiro cresceu 1,0% no segundo trimestre na comparação com os três meses anteriores, iniciando 2022 com aceleração da expansão com a ajuda da retomada do setor de serviços.
A divulgação dos dados desencadeou uma série de revisões de alta nos prognósticos para a atividade por parte de bancos, que seguem vendo ritmo mais fraco no segundo semestre, mas agora talvez na forma de uma desaceleração mais gradual.
Na última estimativa divulgada nessa parcial do Focus, o dólar é calculado a 5,05 reais tanto em 2022 quanto em 2023.
A pesquisa Focus não é publicada desde 2 de maio, devido à greve de servidores do BC, movimento que tem atrasado a publicação de indicadores.
(Por Camila Moreira)