📈 Pronto para levar os investimentos a sério em 2025? Dê o primeiro passo com 50% de desconto no InvestingPro.Garanta a oferta

Em reação ao STF, Câmara articula votar PEC que dificulta prisão de parlamentares

Publicado 24.02.2021, 18:54
© Reuters. Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), incluiu na pauta de votações do plenário nesta quarta-feira uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que, ao ampliar prerrogativas e imunidades de congressistas, dificulta a prisão de parlamentares.

A iniciativa tem sido considerada uma reação da Câmara à detenção determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ).

O texto foi formalmente apresentado no final da manhã desta quarta-feira com o apoio de 186 deputados e teve um rito de tramitação acelerado e incomum: já entrou na pauta do plenário sem passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e por uma comissão especial.

Arthur Lira determinou a apreciação da PEC em plenário "excepcionalmente" pelo fato de a CCJ não ter sido instalada. Em publicação no Twitter no início da noite desta quarta, Lira fez uma defesa da atuação parlamentar.

"Quando se contrapõe à democracia, a 'inviolabilidade' do mandato parlamentar não é absoluta, como bem demarcou o STF e, com 364 votos, a Câmara. Mas a inviolabilidade não foi revogada e sua autoria é dos mesmos que inscreveram as atribuições da Suprema Corte na mesma Constituição", disse ele.

"Sou a favor, sim, que o Congresso faça sua autocrítica e defina um roteiro claro e preciso para o atual vácuo legal para lidar com situações desse tipo", acrescentou.

Pela íntegra da PEC, vista pela Reuters, o parlamentar que for preso em flagrante por crime inafiançável ficaria sob a custódia do Congresso e não em uma unidade prisional como é o caso de Daniel Silveira, por exemplo.

O texto proíbe o afastamento cautelar de um membro do Congresso Nacional por decisão do Judiciário e também determina que somente o STF possa tomar decisões de busca e apreensão, "quando cumprida nas dependências das respectivas Casas ou residências de parlamentares".

A medida cautelar, conforme a redação, precisa ter o aval do plenário do Supremo. Atualmente essas medidas têm sido decretadas apenas por decisão individual dos ministros.

A articulação da Câmara tem causado forte reação nas redes sociais e em meios jurídicos e legislativos.

Uma fonte do STF disse ter se surpreendido com a iniciativa da Câmara de pautar o assunto e destacou que o assunto deve parar na Corte "em breve".

© Reuters. Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira

O deputado Fábio Trad (PSD-MS) criticou a proposta. Disse que a redação da PEC não está adequada.

"Precisa de aperfeiçoamentos. Não se sustenta proibir a prisão em flagrante por crimes contra a administração pública. Esta pressa não condiz com a importância de uma mudança constitucional. Votarei contra", afirmou.

Segundo Trad, a proposta "contém um dispositivo de natureza penal que, se for aprovado, retroagirá beneficiando Daniel Silveira com a extinção da ação penal e consequente liberdade".

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.