Por Sam Tobin
LONDRES (Reuters) - O ex-chefe da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, foi poupado de uma sentença imediata de prisão nesta quinta-feira, depois de se declarar culpado por enganar a autoridade fiscal britânica sobre ativos no exterior avaliados em mais de 400 milhões de libras (492 milhões de dólares).
Ecclestone também concordou com um acordo civil com a autoridade HM Revenue and Customs (HMRC), segundo o qual pagará 652,6 milhões de libras cobrindo impostos, juros e multas por 18 anos fiscais entre 1994 e 2022, disse o promotor Richard Wright.
O homem de 92 anos compareceu ao Tribunal da Coroa de Southwark, em Londres, e se declarou culpado de uma acusação de fraude por falsa representação, pouco mais de um mês antes de ser julgado.
Ecclestone admitiu ter dado uma resposta enganosa ao HMRC numa reunião em julho de 2015, quando disse que tinha estabelecido apenas um único trust a favor das suas filhas e não era beneficiário ou instituidor de qualquer outro trust.
Na verdade, ele era o instituidor e beneficiário de vários trustes, incluindo um que detinha uma empresa que enviou 416 milhões de libras para uma conta bancária em Singapura em 2010, disse o HMRC.
O juiz Simon Bryan deu a Ecclestone uma pena de prisão de 17 meses com suspensão de dois anos, o que significa que ele só irá para a prisão se cometer outro crime durante esse período.
A advogada de Ecclestone, Clare Montgomery, disse ao tribunal que Ecclestone "não sabia a verdadeira situação" sobre se ele era o beneficiário ou instituidor de qualquer outro trust, dizendo que sua resposta ao HMRC foi um "lapso impulsivo de julgamento".
Ecclestone deu uma resposta ininteligível aos repórteres ao deixar o tribunal e entrar no Range Rover que o esperava.
(Reportagem de Sam Tobin)