Por Geoffrey Smith e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- A Covid-19 causa estragos no maior centro de produção de iPhone do mundo; forçando a Apple (NASDAQ:AAPL) a alertar sobre as remessas da temporada de férias. As exportações da China caem pela primeira vez em dois anos e meio enquanto a guerra na Ucrânia e o fim da pandemia atingem a demanda nos mercados ocidentais.
O Facebook, da Meta Platforms (NASDAQ:META), está programado para demitir milhares de funcionários em um esforço para restaurar a rentabilidade. As ações devem aumentar seus ganhos pós relatório de empregos na sexta-feira.
E há problemas no mercado de criptomoedas, já que o Binance tem como alvo o FTX rival.
No Brasil, PEC da transição e as alternativas buscadas pelo governo eleito para cumprir gastos sociais.
Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na segunda-feira, 7 de novembro.
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1. Apple avisa sobre remessas de férias enquanto a Covid perturba a fábrica de iPhone na China
A Apple confirmou que irá enviar menos iPhones do que o esperado no principal trimestre de férias, devido a um surto de Covid-19 que perturbou gravemente as operações na maior fábrica de montagem do iPhone da FoxConn em Zhengzhou. Relatórios de Zhengzhou descreveram uma cena caótica, com milhares de trabalhadores em quarentena ou deslocados apressadamente para outras fábricas.
"Esperamos agora menores... remessas do que antecipamos anteriormente e os clientes terão mais tempo de espera para receber seus novos produtos", advertiu a empresa em um comunicado no fim de semana.
A notícia é um forte contraste com os rumores de uma iminente liberalização da política Covid-Zero da China, que continua a empurrar os mercados locais para cima. Os dados em tempo real também apontam para uma desaceleração econômica crescente à medida que os principais mercados de exportação na América do Norte e Europa lutam contra a alta inflação. Exportações chinesas recuaram em termos anuais pela primeira vez em mais de dois anos em outubro, de acordo com dados divulgados na segunda-feira.
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2. Meta pretende anunciar grandes demissões
Meta Platforms, a proprietária do Facebook, deve se juntar à lista das grandes empresas de tecnologia que fazem grandes cortes de empregos nesta semana, informou o The Wall Street Journal.
As demissões representarão um momento marcante para a empresa, que nunca diminuiu em toda a sua (reconhecidamente breve história). Elas representam a reação do CEO Mark Zuckerberg a uma forte desaceleração no crescimento da receita e uma explosão nos custos operacionais devido a investimentos pesados e - até agora - não comprovados no chamado Metaverso.
O número absoluto de demissões poderia diminuir em termos absolutos em comparação àqueles vistos no Twitter na semana passada, dado que a Meta emprega mais de 10 vezes a força de trabalho do Twitter. Entretanto, não se espera que Zuckerberg demita metade da força de trabalho, como fez Elon Musk na semana passada. Vários relatórios têm sugerido que o Twitter enfrentará ações legais - especialmente fora dos EUA - pelo que parece ter sido uma violação flagrante da lei trabalhista em várias jurisdições.
As ações da Meta subiram 2,82% no pré-mercado na esperança de que as medidas restaurem suas margens de lucro decrescentes.
As bolsas de valores americanas deverão abrir em alta mais tarde, aproveitando os ganhos obtidos em resposta ao relatório do mercado de trabalho na sexta-feira. O relatório havia acrescentado à evidência de uma desaceleração nas contratações e no crescimento salarial que, segundo os analistas, aproximou um pouco mais o fim da política do Federal Reserve.
Às 9h26, Dow Jones futures subia 0,62%, enquanto que S&P 500 futures e Nasdaq 100 futures avançavam 0,61% e 0,61%. Os três principais índices de caixa haviam subido entre 1,2% e 1,4% na sexta-feira.
Além da Big Tech, as ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem Walgreens Boots Alliance (NASDAQ:WBA), que está passando do acordo da semana passada para traçar uma linha sob o escândalo dos opióides com um acordo para comprar a Summit Health por cerca de US$ 9 bilhões, incluindo a dívida, de acordo com o WSJ. Também em foco estará a Fox (NASDAQ:FOX) e o grupo de apostas Flutter Entertainment (LON:FLTRF), com sede no Reino Unido, depois que um tribunal arbitral decidiu que o grupo de Rupert Murdoch teria que pagar US$ 4,1 bilhões para exercer sua opção sobre uma participação de 18,6% em sua unidade FanDuel.
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3. Governo eleito no Brasil quer viabilizar PEC da transição
Após um período de descanso depois das eleições, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa a participar do processo de transição do governo nesta semana. Entre os desafios, estabelecer e articular uma base no Congresso, viabilizar medidas sociais que não estavam previstas no Orçamento e escolher os ministros para áreas de destaque, como a Economia.
A expectativa é conhecer alguns nomes nesta segunda e outros no decorrer da semana. A equipe de transição buscou também economistas que ajudaram a formular o Plano Real, como André Lara Resende e Pérsio Arida, para que eles trabalhassem no processo - Lara Resende já aceitou o convite para integrar a equipe. Ambos ficaram mais próximos da campanha de Lula após declararem voto no petista. O economista Guilherme Mello, professor da Unicamp, que ajudou a formular o plano de governo de Lula, também faz parte do grupo.
As negociações já começaram, com a previsão de criação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autorize despesas - segundo alguns cálculos de R$ 200 bilhões - fora do teto de gastos, com manutenção do Auxílio Brasil de R$600, aumento real do salário-mínimo, entre outros. Caso a escolha não seja pela PEC da transição, o plano B seria abertura de um crédito suplementar, com autorização do Tribunal de Contas da União (TCU). Para seguirem o protocolo, a escolha deve ser realizada até terça-feira (15).
Às 9h42, o ETF EWZ recuava 1,71%.
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4. Binance retira liquidez da FTX
O estresse criptográfico está de volta.
O token nativo da FTX FTT caiu 15% durante o fim de semana depois que Binance, seu maior rival e algum tempo apoiador, disse que vai puxar todos os seus fundos restantes do grupo, um processo que o fundador e CEO de Binance Changpeng Zhao disse que provavelmente levará vários meses.
Zhao disse que a mudança não foi hostil, mas também disse que "não vamos apoiar as pessoas que fazem lobby contra outros atores do setor pelas costas".
A mudança se seguiu a um relatório da Coindesk na semana passada que deu a entender que a Alameda Research, um fundo de hedge afiliado à FTX, havia assumido uma posição longa e maciça na FTT para apoiar seu valor a partir de junho. A CEO da Alameda Caroline Ellison e o proprietário do FTX Sam Bankman-Fried rejeitaram o relatório como enganoso.
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5. Petróleo no início da COP-27
Os preços do petróleo bruto operavam em queda depois de terem subido durante a maior parte da semana passada, na esperança de que a política Covid-Zero da China fosse relaxada.
Às 9h27 os futuros do petróleo dos EUA caíram 0,97% a US$ 91,71 por barril, enquanto os futuros do Brent caíram 0,81% a US97,77 por barril.
O mercado apareceu sem problemas na conferência climática COP-27, que começou com um cenário de forte recuperação das emissões de dióxido de carbono este ano. A economia mundial teve que recorrer cada vez mais ao carvão para preencher uma lacuna de abastecimento deixada pela suspensão dos carregamentos de gás russo para a Europa e por secas que atingiram gravemente a produção de energia hidrelétrica da China à França e à América Latina.