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Investing.com – Os índices futuros das bolsas nos Estados Unidos operavam sem direção única nesta quinta-feira, refletindo os efeitos da correção nos papéis da Nvidia, dados negativos da Tesla na Europa e a piora nas expectativas para um acordo comercial entre Washington e Tóquio, após o cancelamento de uma visita oficial por parte do governo japonês.
No Brasil, após três quedas consecutivas, o IGP-M, índice de inflação medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), volta a subir em agosto.
1. Nvidia corrige após incertezas sobre vendas à China
A Nvidia (NASDAQ:NVDA) divulgou resultados acima do esperado na noite de quarta-feira, com lucro por ação de US$ 1,04 no segundo trimestre e receita de US$ 46,7 bilhões. A empresa também projetou faturamento de US$ 54 bilhões para o trimestre atual, valor superior às estimativas de Wall Street.
Apesar do desempenho acima do consenso, as ações recuaram no after-market, com investidores questionando a sustentabilidade da avaliação atual da companhia diante da queda nas receitas de data centers e da ausência de vendas de chips H20 para a China no período.
O movimento eliminou aproximadamente US$ 110 bilhões de valor de mercado da empresa, que atualmente possui capitalização em torno de US$ 4,4 trilhões.
Embora o segmento de data centers continue sendo a principal fonte de receita da Nvidia, os US$ 41,1 bilhões registrados no trimestre vieram abaixo dos US$ 41,34 bilhões esperados. A empresa justificou a diferença pela interrupção das vendas para o mercado chinês.
O CEO Jensen Huang afirmou que pretende retomar os embarques à China mediante um acordo com o governo dos EUA, que incluiria o pagamento de comissões à administração Trump. Ainda assim, a ausência de regulamentação clara por parte das autoridades norte-americanas e a possibilidade de resistência por parte dos reguladores chineses levaram a empresa a desconsiderar tais receitas em suas projeções.
A diretora financeira Colette Kress indicou que, caso o cenário geopolítico permita, a receita com chips H20 pode variar entre US$ 2 bilhões e US$ 5 bilhões no trimestre atual. Por ora, o ambiente segue incerto.
2. Futuros operam estáveis, mas setor de tecnologia sofre com correção
Os índices futuros de Nova York exibiam comportamento misto, com o Nasdaq, mais exposto às empresas de tecnologia, apresentando desempenho inferior após a reação negativa aos números da Nvidia.
Às 7h de Brasília, os futuros do S&P 500 subiam 0,1% (+2 pontos), enquanto os do Dow Jones avançavam 0,3% (+127 pontos). Já os contratos do Nasdaq 100 recuavam 0,1% (-17 pontos).
Na sessão anterior, os principais índices encerraram o dia em alta, com o S&P 500 renovando máxima histórica. No acumulado do mês, tanto o índice quanto o Nasdaq Composite registram ganhos superiores a 2%, enquanto o Dow Jones sobe mais de 3%.
Além da Nvidia, o foco também se volta para os resultados de Snowflake (NYSE:SNOW) e NetApp (NASDAQ:NTAP). No campo macroeconômico, o destaque é a divulgação dos pedidos semanais de seguro-desemprego e a atualização do PIB do segundo trimestre.
3. Tesla perde participação de mercado na Europa
A Tesla (NASDAQ:TSLA) registrou queda de mais de 40% nos emplacamentos de veículos na Europa em julho, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela ACEA, a associação que representa as montadoras do continente.
Apesar do avanço nas vendas de carros elétricos no mercado europeu, a Tesla perdeu espaço para a rival chinesa BYD, que figurou pela primeira vez no levantamento mensal da associação e já superou a fabricante americana em participação de mercado.
A participação da Tesla recuou de 1,4% para 0,8% na União Europeia, EFTA e Reino Unido, enquanto as vendas acumuladas no ano caíram 33,6% em comparação ao mesmo intervalo de 2024.
O mercado europeu de veículos elétricos cresceu 33,6% em julho e agora representa cerca de 15,6% do total, ainda atrás dos carros a gasolina (28,3%) e híbridos (34,7%).
O Model Y atualizado teve impacto limitado no desempenho comercial da marca, enquanto concorrentes europeias ampliaram sua presença no segmento elétrico. A reputação da Tesla também foi afetada negativamente pelo apoio do CEO Elon Musk ao presidente Donald Trump e por suas conexões com um partido de extrema direita na Alemanha.
4, Petróleo recua com fim da temporada de verão nos EUA
Os preços do petróleo estendiam as perdas nesta quinta-feira, diante da expectativa de que a demanda nos Estados Unidos diminua com o encerramento da temporada de viagens de verão, apesar da queda acima do previsto nos estoques da commodity.
No momento da redação, o Brent para vencimento próximo recuava 0,5%, a US$ 66,91 por barril, enquanto o WTI cedia 0,9%, para US$ 63,59.
Na véspera, os dois contratos haviam avançado após a EIA informar uma redução de 2,4 milhões de barris nos estoques norte-americanos, acima dos 1,9 milhão previstos.
Embora o recuo sinalize demanda firme às vésperas do feriado do Dia do Trabalho, que marca o fim da alta temporada, o mercado já antecipa uma desaceleração no consumo doméstico de combustíveis nas próximas semanas.
5. Inflação no Brasil
Os investidores devem repercutir a alta do IGP-M, índice de inflação da FGV amplamente utilizado em reajustes de contratos de aluguel, serviços e tarifas públicas, por ser mais sensível ao câmbio e aos preços no atacado.
Após três meses de quedas consecutivas, o indicador voltou a subir em agosto, com alta de 0,36%. No ano, o índice acumula queda de 1,35% e, em 12 meses, sobe 3,03%.
A virada refletiu o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), com alta de 0,43%, em especial matérias-primas brutas, que subiram 1,56% no período, enquanto bens finais seguiram em queda.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) cedeu 0,07%, com recuos em habitação, educação/lazer e alimentação, e avanços em saúde/cuidados pessoais, comunicação, vestuário, transportes e despesas diversas.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou para 0,70%, com alta menor em materiais e equipamentos (0,56%), serviços (0,82%) e mão de obra (0,85%) frente a junho.
Segundo o FGV Ibre, a recomposição dos preços agropecuários favoreceu o índice, enquanto energia e passagens aéreas ajudaram a conter o varejo.